Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Aumenta a disputa pela soja no Oeste do Estado

<p>A melhora logística atraiu mais duas grandes traddings e elevou os preços do grão na região.</p>

Redação (02/04/07) –  A instalação de traddings em meados do ano passado no Oeste da Bahia mudou a média de preços da soja na região. A saca do grão, que praticamente se equiparava aos valores registrados em Sorriso (MT), por exemplo, estão desde o final do ano passado mais altos. A diferença em reais por saca, que não passava de R$ 1, já está superior a R$ 3,50. Em dezembro de 2006, até chegou a superar o valor pago pela saca em Cascavel (PR).

Em 2003, a diferença entre o preço médio no ano da saca de soja em Sorriso e em Barreiras (BA) era de R$ 0,21 com vantagem para a Bahia. No ano seguinte, foi de R$ 0,87 a favor de Mato Grosso e, em 2005, a vantagem foi revertida em R$ 1,05 para Barreiras. Mas, em 2006, essa diferença se acentuou, chegando a R$ 3,57 por saca (média do ano), sendo que, em novembro, alcançou R$ 4,05 e, em dezembro, R$ 7,30.

Na avaliação do diretor do Departamento de Grãos da Associação dos Irrigantes da Bahia (Aiba), Walter Horita, o que ocorreu é que até meados do ano passado, apenas duas traddings compravam a soja produzida na região – Bunge e Cargill. No final do segundo semestre, outras duas grandes se instalaram – Multigrain e ADM, o que refletiu diretamente no mercado.

O corretor Raimundo Santos, que atua na San Dias – corretora com sede em Barreiras e em Luís Eduardo Magalhães – concorda que a instalação de novas traddings foi decisiva para a elevação do preço da soja na região. "Antes, apenas duas empresas detinham a demanda, que agora está mais diluída". Ele acrescenta, entretanto, que as outras empresas só se instalaram na região por causa da melhora logística, marcada pelo funcionamento no segundo semestre de 2006 do terminal de granéis sólidos do porto de Aratu.

Um grande produtor de soja de Luís Eduardo Magalhães, Oeste baiano, que não quis se identificar, conta que sempre vendeu soja para Cargill ou Bunge. Mas, que no final do ano passado, trocou de comprador porque as outras traddings recém-instaladas estavam com ofertas melhores.

A média de preços da saca da soja no mês de dezembro de 2006 em Barreiras – cidade a 100 km de Luís Eduardo Magalhães – chegou a R$ 33,03, segundo a AgraFNP. O valor ficou acima do registrado em Cascavel, no Paraná (R$ 30,93).

Mas, o diretor do departamento de Grãos da Aiba acredita que a agregação pela chegada de traddings está no limite e que nova alavancagem só ocorra se melhorarem as condições das estradas que, segundo ele, pioraram nos últimos anos. "Acredito que o efeito de alta já ocorreu. A elevação não continuará, mesmo porque existe limitações de aumento de área no Oeste Baiano", pondera.

Ele explica que 100% da produção de soja do Oeste Baiano do ano passado (2 milhões de toneladas) foi adquirida e processada pelas duas traddings mais antigas na região. "A exportação do farelo e óleo resultantes era feita pelo porto de Ilhéus, que tem limitações em movimentar volumes maiores de grãos". Neste ano, a estimativa da Aiba é que o terminal graneleiro de Aratu movimente 30% da produção baiana de soja – 2,4 milhões de toneladas.