Redação (27/03/07) – É o caso, por exemplo, do herbicida glifosato. O valor do produto saltou de em média US$ 3 para cerca de US$ 5,2. Considerando o dólar a R$ 2,06 (cotação de ontem), os preços em reais variaram de R$ 6,18 para em média R$ 10,71.
O aumento na demanda dos produtos esperado para a próxima safra, a valorização dos insumos no mercado internacional e a especulação das indústrias fornecedoras são as principais causas da reação nos preços. Além do glifosato, os adubos também já sofreram valorização. A tonelada do produto, vendida por cerca de US$ 340 nos primeiros meses do ano passado, agora está sendo negociada por até US$ 390. O que em reais representa um avanço de R$ 700 para R$ 803.
O gerente de negócios agrícolas da Zoofort, Nicolau Cardoso Neto, explica que a maior parte do aumento se deve à falta de matéria-prima, o que puxou os preços internacionais, uma vez que os adubos também são cotados em dólar. Ele também destaca que os fertilizantes e o glifosato são os primeiros a ser procurados pelos agricultores na época de iniciar os preparativos para uma nova safra. Por isso foram os primeiros a apresentar aumento.
Valor dos adubos continuará em ascendência, diz Anda
O preço dos adubos aumentou e deve continuar subindo para a safra 07/08, conforme o diretor executivo da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), Eduardo Daher. Ele destaca que o valor do produto vai acompanhar o crescimento na demanda internacional e defende que não existe nenhum tipo de especulação por parte das indústrias do ramo para forçar a elevação no preço. “É uma questão de oferta e procura”, diz.
Países como a China, a Índia e os Estados Unidos elevaram a necessidade de fertilizantes e agora compram quase quatro vezes mais que o Brasil. Mas de acordo com Daher, o aumento no valor dos produtos desencadeou um reflexo negativo: a queda no consumo interno. “Com a valorização, o produtor passou a comprar menos ou deixou de comprar os adubos”, observa. Somente este mês, a demanda caiu de 10% a 15% em relação ao que estava previsto.
Até fevereiro, a venda de adubos estava batendo sucessivos recordes tanto em Mato Grosso como no País. Segundo números da Anda, as vendas de fertilizantes aumentaram quase 96% no primeiro bimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado no Estado. No período, o volume saltou de 316,6 mil toneladas para 620,2 mil toneladas. Em todo o País, o consumo aumentou cerca de 35% do bimestre, chegando a 3 milhões de toneladas.