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Soja ou milho?

<p>O ano de 2007 é do milho. O de 2008, da soja.</p>

Redação (14/03/07) – A aposta é do consultor Fernando Muraro Júnior, da AgRural, que participou ontem do 18º Fórum Nacional da Soja, realizado na Expodireto, em Não-Me-Toque.

O que justifica a projeção de preços valorizados para esses grãos em 2007 e 2008 é o crescimento da demanda norte-americana por milho para fazer etanol (álcool).

Por conta disso, a área com o cereal nos Estados Unidos deve crescer até 7 milhões de hectares nos próximos três anos, enquanto a da soja, reduzir até 5 milhões, estima a AgRural. – Como todo mundo vai querer plantar milho, a oferta de soja deve ficar reduzida, o que aponta bons preços para o ano que vem – explica Muraro. Para o consultor Antônio Sartori, diretor da Brasoja, no entanto, a equação não é tão simples assim.

O analista acredita que a redução na área de soja nos Estados Unidos deve ser limitada a esta safra. Em parte porque os norte-americanos ”não são imediatistas, seguem a rotação de culturas e os conceitos agronômicos”. Mas também porque a demanda pelo grão deve continuar aquecida, inclusive devido ao uso da oleaginosa para fazer biodiesel, o que atrela o preço da commodity ao do petróleo, fonte concorrente de energia. – O cenário é positivo, mas não dá para dizer como ficará o preço em 2008.

Quem sabe quanto estará o preço do petróleo? – questiona Sartori, que aposta em períodos de euforia e depressão no mercado internacional ainda em 2007. Expectativa é de que o Brasil ocupe mercado dos EUA Na opinião do chefe da assessoria de gestão estratégica do Ministério da Agricultura, Elísio Contini, o Brasil está pronto para ocupar o espaço deixado pelos Estados Unidos, que reduz suas exportações e aumenta o consumo interno, no mercado mundial.

Para Contini, o Rio Grande do Sul e os demais Estados, com acesso fácil a portos, serão os mais beneficiados. No entanto, outros fatores podem voltar a mexer no mercado: – Estar de olho nas novas tecnologias vai ser decisivo para o agricultor decidir. A produção de etanol a partir de celulose deve surgir entre cinco e 10 anos. Aí, sai o foco do milho e o negócio passa a ser a soja. Temas como tecnologia, custo de produção e renda também foram abordados. ( [email protected] )