Redação (09/03/07) – O crescimento será de 10% em comparação à safra anterior. Nesta safra, a área cultivada pelos agricultores mineiros deverá ser de 2,9 milhões de hectares. Os números fazem parte do sexto levantamento de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) lançado este mês.
Minas Gerais teve uma redução da área plantada, seguindo a tendência registrada em todo o Brasil. A área cultivada pelos agricultores mineiros deverá ser de 2,9 milhões de hectares, uma queda de 4,4% em relação à safra 2005/2006.
De acordo com a Conab, a redução foi provocada pelos baixos preços das principais commodities em meados do ano passado. A principal justificativa para o aumento da produção no Estado, e também no Brasil – que deverá ter uma safra recorde de 127 milhões de toneladas –, foi o clima favorável, que em Minas Gerais deve contribuir para o aumento de 15% na produtividade.
No caso do milho, principal grão cultivado no Estado, a produção deverá ser de 6,1 milhões de toneladas, um aumento de 16,5% em relação ao ano anterior. A colheita prevista para a soja é de 2,5 milhões de toneladas, um crescimento na produção de 3,1% em relação à safra passada.
Já a colheita do feijão deverá registrar queda de 4,2% em Minas Gerais, segundo produtor nacional do grão. A produção esperada é de 514 mil toneladas. Para a Conab, a redução pode ser explicada porque o preço pouco atrativo do feijão, durante a implantação da safra, fez com que muitos produtores optassem pelo milho.
Infra-estrutura
De acordo com o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Gilman Viana Rodrigues, a safra recorde que o Brasil deve colher gera uma grande preocupação: a precária infra-estrutura do país. “O que precisamos viabilizar é uma entrega competitiva. Fazer com que o produto gerado na fazenda a preço competitivo, tenha uma infra-estrutura e um custo financeiro e tributário compatíveis ”.
Gilman Viana informa que a agricultura é o setor que tem o preço unitário mais baixo na média dos produtos econômicos do Brasil. De acordo com ele, para se negociar grandes valores, é preciso transportar grandes volumes. “Se estamos falando de grandes quantidades e a estrada, a via de transporte, não é adequada, estamos falando de estrangulamento e elevação dos custos de escoamento. É preciso produzir com eficiência, mas posso perder todo o esforço neste sentido por conta da infra-estrutura”, alerta.
O secretário cita, como exemplo, a dificuldade de transporte de grãos para o Nordeste do país. “Vender milho do Centro-Oeste para a avicultura do Ceará é mais caro do que vender o milho da Argentina para a mesma região. É que o milho do nosso país vizinho não é transportado pelas estradas esburacadas, vai pelo mar. O frete marítimo da Argentina até Fortaleza é mais barato que o frete rodoviário do Cento-Oeste para o Ceará”.
Outro alerta do secretário é a falta de locais adequados para armazenar a produção. “A produção agrícola não é um produto que pode se estocar a céu aberto. Se vai guardar o excedente agrícola, para armazenar é muito caro ou se não puder fazer isso, o produto é vendido barato para ficar livre dele”, afirma.
O secretário Gilman Viana também reivindica o cumprimento, pelo Governo Federal, da política de garantia de preços mínimos. Ele alerta que, caso ocorra um imprevisto que prejudique as exportações dos produtos brasileiros, haverá um excesso de oferta no mercado interno e, conseqüente redução dos preços com enormes prejuízos para os agricultores nacionais.