Redação (23/01/07) – A Eletrosul e a Universidade Comunitária Regional de Chapecó (Unochapecó) assinaram convênio para identificar locais visando à instalação de 40 biodigestores.
Um diagnóstico econômico e sócioambiental será realizado em dez municípios gaúchos e 19 catarinenses. Em Santa Catarina, serão beneficiados suinocultores de Itapiranga, São João do Oeste, Mondaí, Riqueza, Caibi, Palmitos, São Carlos, Águas de Chapecó, Caxambu do Sul, Guatambu, Chapecó, Paial, Seara, Concórdia, Xavantina, Flor do Sertão, Quilombo, Ipuaçu e São Domingos. No Rio Grande do Sul, o projeto abrangerá os municípios de Pinheirinho do Vale, Vicente Dutra, Caiçara, Iraí, Alpestre, Rio dos Índios, Nonoai, Faxinalzinho, Erval Grande e Itatiba do Sul.
A energia elétrica gerada com um metro cúbico de dejetos suínos é de 1 quilowatt. Devido ao grande volume de matéria-prima disponível nas pocilgas, as propriedades podem se tornar auto-suficientes em energia e ainda jogar o excedente na rede de transmissão. A forma de venda dos excedentes terá que ser regulamentada. O presidente interino da Eletrosul, Ronaldo Custódio, informou que o projeto prevê um investimento de R$ 3,7 milhões em dois anos de implantação.
Para o reitor da Universidade Comunitária Regional de Chapecó, Gilberto Agnolin, a iniciativa resolverá um problema crônico na região, que é a contaminação dos mananciais por dejetos suínos. O financiamento dos biodigestores é parte de um acordo entre a Unochapecó, movimentos sociais e as prefeituras dos 29 municípios.
O coordenador do projeto Alto Uruguai de Energia, Nedilso Brugnera, disse que as propriedades serão selecionadas com base na produção de dejetos e a disponibilidade de servir como local de visitas e modelo para multiplicação da experiência. As duas regiões são grandes produtoras de suínos e a destinação final correta dos dejetos preocupa criadores e autoridades ambientais.
O biogás é um combustível gasoso com conteúdo energético elevado e semelhante ao gás natural. No Brasil, os biodigestores vêm sendo utilizados para saneamento rural, tendo como subprodutos o biogás e o biofertilizante.
Os técnicos ressaltam que o tratamento de dejetos por meio biodigestores tem inúmeras vantagens, como a destruição de organismos patogênicos e parasitas, a utilização do metano como fonte de energia, além da estabilização de grandes volumes de dejetos orgânicos diluídos a baixo custo.