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Setor de alimentação animal vê 2007 com mais otimismo

<p>A indústria de alimentação animal apresentou na última sexta-feira (15) o balanço de 2006.</p>

Redação (18/12/06) –  Abaixo do esperado, o setor deve fechar o ano com uma produção de 48,4 milhões de toneladas – um crescimento de apenas 2,5% em relação ao ano passado. A expectativa, segundo Mario Sérgio Cutait, presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações), era de 10%. Entre alguns dos motivos do baixo crescimento estão a gripe aviária que afetou países asiáticos e europeus e o surto de febre aftosa detectado no Mato Grosso do Sul e Paraná no começo do ano.

Além disso, Cutait lembrou os problemas burocráticos que seguram tanto os insumos importados quanto os produtos para exportação por mais de 30 dias nos portos brasileiros. O problema que ele chama de “apagão nos portos” acontece principalmente em Santos, por onde passam 50% dos itens importados pelos fabricantes do setor e 43% dos produtos exportados. Outro nó para os empresários é, como para todos os outros setores, a questão tributária. Segundo Cutait, em alguns segmentos, o volume dos impostos chega a ser 50% do valor do produto.

Ainda assim, o sindicato comemora alguns resultados. As exportações, por exemplo, devem chegar a US$ 130 milhões contra US$ 120,4 milhões no ano passado. O principal tipo de alimento animal exportado é o pet food. No entanto, a balança comercial do setor ainda é desproporcional: para os US$ 130 milhões de produtos exportados, foram US$ 400 milhões em insumos importados. “Mas isso vem mudando”, afirma Cutait. Atualmente, 80% da produção do setor é absorvida no Brasil mesmo. Os outros 20% são exportados para mais de 40 países.

O pet food também foi o segmento que mais cresceu em termos de produção em 2006, 7,58% em relação a 2005. E a suinocultura cresceu 6%. Segundo Cutait, a expectativa é de que em 2007 os outros segmentos tais como avicultura de corte e bovinocultura de leite cresçam 7%.

Para o presidente do Sindirações, a principal maneira para fazer o setor crescer é aumentando o consumo de alimentos por parte da população. “Hoje, o brasileiro come uma média de 90 kg por ano enquanto o europeu come 130 kg, juntando bovinos, suínos, aves e peixes. Ou seja, há margem para crescer”, diz. “Só que a população só comerá mais carne se houver mais renda. Enquanto não houver aumento do poder aquisitivo, o setor não cresce tanto quanto o desejado.”

União latina O Sindirações e entidades similares do México e da Argentina estão estudando a viabilidade de montar uma associação latina para defender o setor. Em janeiro, as três entidades devem se encontrar em Atlanta (EUA) para debater o assunto. A idéia, explica Cutait, é fazer dessa associação uma espécie de porta-voz para dialogar com a FAO (braço da ONU que cuida da agricultura e da alimentação).

Também para 2007, o Sindirações está organizando o II Global Feed & Food, evento que acontece em abril, em São Paulo. O congresso é realizado em parceria com a FAO e com a IFIF (International Feed Industry Federation). O tema do evento é a sustentabilidade, como se preparar para prover alimentação para toda a população de forma responsável, preservando o meio ambiente.