Redação (18/12/06) – O Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações) estima que o setor encerrará 2006 com crescimento de 2,5% no volume de vendas, alcançando 48,4 milhões de toneladas. Em receita, a expansão é projetada em 2,2%, para US$ 9,5 bilhões. A previsão feita no primeiro semestre, no entanto, era de um crescimento próximo a 10%.
Mario Sergio Cutait, presidente do Sindirações, disse que o resultado das indústrias foi influenciado pela crise de rentabilidade do setor pecuário, que reduziu exportações por conta dos problemas com a febre aftosa no Mato Grosso do Sul e no Paraná. O surgimento da gripe aviária na Europa e Ásia e a conseqüente queda no consumo global também enfraqueceu as exportações de frango e derrubou preços no mercado doméstico.
“O governo cortou o crédito de muitas empresas e produtores, que recorreram mais ao crédito das indústrias. A inadimplência triplicou no período”, afirmou Cutait, sem informar o índice de inadimplência no período.
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Ele também citou como fator de pressão o número de fábricas em operação no país, principalmente processadoras instaladas dentro das propriedades rurais pelos pecuaristas, e que não são fiscalizadas pelo governo.
Para o ano que vem, Cutait estima crescimento de 6% a 7% no volume de produção. A rentabilidade das indústrias, no entanto, pode ficar comprometida por conta dos preços valorizados de milho e soja – principais matérias-primas do setor – e da dificuldade de repasse de preços da ração aos produtores de carnes.
Na avaliação do executivo, as indústrias frigoríficas terão dificuldades em repassar aumento de preços ao consumidor final, uma vez que a demanda per capita de carnes tem se mantido estável em 90 quilos por ano, e a renda per capita não apresenta aumentos significativos. “A expansão dos segmentos de suínos e aves vai depender do desempenho das exportações. O próximo ano pode ser difícil, as indústrias precisam ter cuidado”, disse.
As exportações de rações cresceram 8% neste ano, para US$ 130 milhões. A obtenção da certificação européia de rastreabilidade Eurepgap, segundo Cutait, pode estimular expansão mais significativa das exportações em 2007.
