Redação (15/12/06) – Em 2006, o fluxo comercial entre os dois países está em US$ 3,9 bilhões, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. E o Brasil vende mais para a Rússia do que compra: de janeiro a novembro, as exportações somaram US$ 3,046 bilhões e as importações, US$ 843,4 milhões. Segundo Amorim, também é importante que os russos vendam mais ao Brasil: “Nossa
intenção é elevar o fluxo de forma equilibrada”.
Entre as principais mercadorias exportadas para a Rússia estão produtos agropecuários, como açúcar, carnes, café e fumo. O Brasil compra dos russos, entre outros produtos, compostos químicos utilizados na produção de adubos e fertilizantes, como uréia, nitrato e fosfato.
A reunião de desta quinta-feira (14), no entanto, terminou sem avanços para o principal problema comercial entre os dois países: o embargo russo às carnes bovina e suína, em vigor há 14 meses por causa das ocorrências de febre aftosa registradas no Paraná e em Mato Grosso do Sul. Os dois ministros disseram que o assunto não foi discutido.
Maior compradora de carne do Brasil – US$ 1,45 bilhão somente neste ano -, a Rússia mantém o embargo às carnes de quatro estados: Paraná, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Minas Gerais. Amorim, no entanto, destacou progressos em relação ao tema: “O embargo para as carnes termoprocessadas [aquecidas durante a industrialização] já está liberado”. O Brasil, acrescentou, deu garantias aos russos de que prossegue com as ações sanitárias nas áreas de controle.
Os dois ministros também discutiram medidas de cooperação na área de
infra-estrutura, como uma eventual participação da Gazprom (estatal russa de produção de gás) na construção de gasodutos na América do Sul. A Rússia manifestou ainda interesse na troca de tecnologias para a produção de biocombustível.
O ministro Lavrov declarou o apoio russo à inclusão do Brasil como membro permanente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). “Nós lutamos pela reformulação do papel da ONU no mundo. Se a decisão de ampliar o Conselho for tomada, estamos certos de que o Brasil tem qualidades para ocupar uma cadeira permanente”, disse. Com informações da Agência Brasil. (AB)