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Americana Agraquest estréia no mercado brasileiro

<p>O grupo americano Agraquest, sediado em Davis, Califórnia, prepara-se para estrear no mercado brasileiro em 2007.</p>

Redação (14/11/06) – Solicitou aos Ministérios da Saúde, Agricultura e Meio Ambiente registro para lançar dois biofungicidas – um com a bactéria Bacillus subtilis e outro com a bactéria Bacillus pumilus.

Esses microorganismos são usados como agentes naturais para controle de fungos em lavouras de soja. Os biodefensivos são utilizados principalmente por produtores de orgânicos devido à menor toxicidade e aos níveis mais baixos de resíduos no solo em relação aos agroquímicos convencionais.

Não há estatísticas oficiais sobre o mercado de biodefensivos. Fontes do setor estimam que respondam por 1,3% do mercado no país. Hoje, Embrapa e Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola (Coodetec) fazem produtos no segmento.

“O mercado de defensivos biológicos é a menor fração do setor de defensivos no mundo, mas é um mercado que cresce de 20% a 30% ao ano”, diz Dennis Joyce, presidente da Agraquest, em entrevista por telefone. Ele diz que a empresa testará o potencial de vendas dos dois produtos no Brasil e, depois, lançará outros biodefensivos.

Conforme o executivo, a intenção é atender às lavouras de soja, flores, citros, uvas e hortaliças que demandam a aplicação de fungicidas. Entre os públicos-alvo estão agricultores familiares e produtores de orgânicos. Davis acredita que há um grande potencial de vendas no Brasil dentro do segmento de fungicidas, que movimenta por ano US$ 1,1 bilhão.

“A Agraquest cresceu 90% ao ano nos últimos dois anos. O Brasil vive um ciclo negativo no setor, mas o país tende a apresentar no futuro grande crescimento, sobretudo na área de defensivos biológicos”, diz Joyce. Ele não informou quanto fatura por ano, mas disse que neste ano a empresa deve elevar as vendas globais em 68%.

A Agraquest atua em 22 países e na América do Sul está desde 2005 em 14 países – como Argentina, Chile, Bolívia e Venezuela. Segundo Joyce, no início a empresa irá comercializar produtos por meio da Bio Controle, de São Paulo. Ela já operava com armadilhas, feromônios e outros produtos para controle biológico de pragas.

Ari Gits, sócio da Bio Controle, diz que a empresa desenvolve em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), um defensivo à base de nematóides entomopatogênicos (microorganismos usados para controle de insetos). E, com a Embrapa Milho e Sorgo, desenvolve um defensivo a partir do Baculovirus Spodoptera, para controle da lagarta-do-cartucho do milho.

“Antes só vendíamos produtos de terceiros. Agora teremos fabricação própria”, diz Gits. A Bio Controle construirá em 2007 uma fábrica de defensivos em Araras (SP), com aporte de R$ 2 milhões.

Joyce, da Agraquest, não descarta instalar uma fábrica no Brasil no longo prazo. “Tudo vai depender do sucesso de vendas. Estamos interessados em nos estabelecer no Brasil, sobretudo porque existe expansão do mercado de orgânicos e a definição de uma legislação para exportar esse tipo de produto”. Hoje, a produção da empresa é concentrada em um complexo industrial na cidade de Tlaxcala, no Estado de Tlaxcala, no México.