Redação (23/10/06) – “O sistema de monitoramento identifica campos de soja desconhecidos e permite que equipes do ministério façam a fiscalização no local”, explicou Demerval Viana, sub-gerente de cultivo de sementes e mudas da Embrapa, em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.
Segundo Viana, os satélites utilizados pela Embrapa registram imagens de plantações em um raio de 180 quilômetros. Essas imagens permitem a diferenciação de mudas de soja das de outras plantas. “Elas mostram o terreno, a umidade, a cor da planta e do solo. Com isso, conseguimos saber quando as sementes foram plantadas e qual a situação das mudas”, disse. Os campos de produção serão fotografados via satélite a cada 15 dias.
De acordo com Ywao Miyamoto, presidente da Associação Brasileira de
Sementes e Mudas (Abrasem), “as sementes precisam ter origem conhecida, precisam ser fiscalizadas pelo ministério e devem ser certificadas. Se não há isso, não são consideradas semente, tratam-se apenas de grãos de soja ensacados e vendidos para plantação”.
As sementes não certificadas (ilegais), acrescentou Miyamoto em entrevista à Agência Brasil, são vendidas a um preço menor e o produtor, na maioria das vezes, as compra de boa fé. “O agricultor pensa que está saindo no lucro, mas os prejuízos são grandes. As sementes, às vezes, nem chegam a germinar. São gastos, em média, 75 quilos de grãos por hectare, com sementes ilegais. Com sementes certificadas, que são atestadas, o gasto é de 50 quilos por hectare”.
Miyamoto também explicou que as sementes certificadas têm garantia de “sanidade, pureza, beneficiamento e germinação” e recebem um atestado do Ministério da Agricultura. “No preço dessas sementes está embutido o pagamento de royalties às empresas que as desenvolveram. Uma delas, no Brasil, é a Embrapa. Novas pesquisas, que fazem avançar a produção agrícola, são financiadas por esses royalties”, disse. Com informações da Agência Brasil.