Redação (16/11/06) – O presidente da Associação Goiana de Suinocultores (AGS), Eugênio Arantes, cobra maior eficiência da diplomacia brasileira, que sequer manifestou inconformidade com a inexplicável atitude russa de manter o embargo aos produtos da suinocultura goiana.
Não há explicação lógica ou técnica para o país restabelecer as importações de carne bovina, suspensas devido ao surgimento de focos de aftosa no Mato Grosso do Sul no ano passado, mas manter a restrição à carne suína, setor que sequer registrou qualquer ocorrência sanitária.
Pressão
Infelizmente, a situação é emergencial e não podemos esperar pelo término das eleições. Pedimos a mediação do governador no governo federal, no sentido de cobrar dos canais diplomáticos maior pressão para que o governo russo adote uma atitude de isonomia em relação à suinocultura, diz Eugênio Arantes. No caso de Goiás, explica, embora praticamente só a Perdigão comercialize carne suína para o exterior, a retomada das exportações interessa a todo o segmento, porque contribui para o enxugamento do mercado.
O mercado russo, que já respondeu por 64% das importações de carne suína brasileira, mesmo depois do embargo ainda é o destino para mais de 50% do produto.
O presidente da AGS diz que, se persistir o embargo russo, a suinocultura retornará novamente à crise, da qual se livrara há apenas dois meses, quando conseguiu sair do vermelho. Segundo ele, o principal problema do segmento no momento é o aumento dos custos de produção, principalmente em decorrência da elevação dos preços do milho. Em apenas 15 dias, o grão, que representa 70% dos nossos custos de produção, saiu de R$ 15,00 a saca para até R$ 20,00.
Conforme o presidente da AGS, a situação pode inclusive agravar-se nos próximos meses, tendo em vista que a Conab continua mandando o milho goiano para outros Estados.