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Suplementação mineral de fêmeas suínas prolonga vida reprodutiva

<p>Confira artigo de Daniel Andaluz, médico veterinário e Coordenador Nacional de Produtos para Suinocultura da Tortuga Cia Zootécnica Agrária.</p>

Redação SI (03/10/06)- A importância do planejamento nutricional para a melhoria do desempenho reprodutivo de matrizes é cada vez mais reconhecida por especialistas em nutrição animal, e começa a ganhar força também entre criadores. Na suinocultura comercial, atividade que se desenvolve geralmente em sistema de confinamento total, a correta formulação e o balanceamento das dietas, com o uso de rações e suplementos minerais, é necessidade básica para a manutenção dos índices de fertilidade da granja. 

O primeiro passo para o suinocultor garantir longevidade na vida reprodutiva é permitir que esses animais, tão importantes na composição do rebanho, tenham contato com alimentação de qualidade durante toda a vida. E, diferentemente do que muitos podem pensar, esse cuidado deve começar antes mesmo do nascimento, suplementando corretamente as mães antes, durante e depois da gestação, com dietas balanceadas que contenham um perfeito balanceamento nutricional. 

Esses cuidados permitirão às fêmeas chegar à idade de cobertura com boa condição corporal e bom desenvolvimento de aparelho digestivo, o que permitirá uma vida reprodutiva mais longa e eficiente. O ponto ideal de cobertura é que a fêmea esteja entre 130 a 150 kg de PV (peso vivo), com idade média de 240 dias. Alem destas condições deve-se adotar o seguinte manejo: estimular as fêmeas com rufiões a partir dos 145 dias de idade, duas vezes ao dia, além de nutrição específica que permita o desenvolvimento da massa corporal e do aparelho reprodutor.

A observação destes cuidados proporcionarão animais com vida produtiva mais longa e produção de leitegadas mais saudáveis e maiores, com aproveitamento total do potencial genético de cada linhagem. Dentro do balanceamento nutricional, o equilíbrio entre macro e micro ingredientes é de extrema importância. Os microminerais têm influência quantitativa e qualitativa na produção. O uso de carbo-amino-fosfo-quelatos (minerais orgânicos) tem ação direta na qualidade de absorção e de mucosa intestinal o que proporciona melhor aproveitamento da dieta como um todo.  

Os minerais auxiliam o animal de diferentes formas. O zinco potencializa o sistema imunológico, diminuindo a incidência de doenças e alterações no metabolismo animal. O cromo melhora a taxa de ovulação e a sobrevivência embrionária, o que, na prática, significa número maior de embriões viáveis por coleta e melhora na taxa de concepção. O ferro na forma orgânica melhora o peso dos leitões ao nascimento. O manganês regulariza o cio e melhora a taxa de fertilidade, pois reduz sensivelmente o número de abortos e reabsorção embrionária. Por último, o selênio proporciona melhor condição ao sistema imunológico para animais que vivem sob estresse ou desafio sanitário. 

Todos esses minerais balanceados de maneira correta, com macro ingredientes de qualidade, proporcionam fêmeas mais produtivas, mais leitões e leitegadas mais homogêneas. Um balanceamento nutricional correto e com ingredientes de qualidade, proporciona melhor eficiência produtiva com maior produção de carne por matriz alojada e com menor custo.  

Bons resultados na criação de suínos são plenamente possíveis, desde que o criador passe a enxergar o planejamento nutricional como investimento e não como custo. Os resultados não aparecem se o produtor usar ingredientes, principalmente macro ingredientes (milho, farelo de soja, etc.) de má qualidade e sem um bom investimento em qualificação de mão-de-obra. A elaboração das rações precisa respeitar os processos de produção (quantidades, tempo de mistura, granulometria, entre outros). Em síntese, a dieta balanceada e o manejo correto são as chaves do sucesso para o suinocultor, trazendo crescimento e lucratividade.