Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

2 Simpósio Internacional de Reprodução Animal Aplicada

<p>Evento apresenta últimas novidades da área no Brasil e outros países.</p>

Redação (21/09/06)- Atualizações e novas perspectivas nas técnicas de sincronização de cio para inseminação artificial e transferência de embriões. Isto é o que poderão conferir os profissionais que participarem do 2 Simpósio Internacional de Reprodução Animal Aplicada, que acontece de 5 a 7 de outubro, em Londrina, Paraná. Além das novidades, serão discutidos assuntos importantes para esta cadeia produtiva, como panoramas de mercado, nutrição, eficiência reprodutiva e até clonagem.

O evento, organizado pela Geraembryo Reprodução Bovina, com o patrocínio da Intervet, vai contar com 27 palestras, ministradas por profissionais renomados mundialmente no campo da reprodução animal, vindos
dos EUA, Inglaterra, Austrália e Argentina, além do Brasil. “Este
intercâmbio entre mercados de vários países com a realidade brasileira é extremamente importante, não só pela troca de experiências, mas também porque é uma oportunidade de mostrarmos que aqui no Brasil a pesquisa nesta rea está tão ou até mais avançada do que em outros países”, diz Tiago Arantes, gerente de produtos para bovinos de corte da Intervet Brasil.

Quem compartilha desta opinião é Pietro Baruselli, professor titular em
reprodução animal da Universidade de São Paulo, USP. Ele, que é coordenador científico do evento e dará uma das palestras mais esperadas durante o simpósio, acredita que nos últimos 10 anos ocorreu uma grande revolução nos conhecimentos destas iotecnologias. “O Brasil detém grupos de pesquisa extremamente competentes trabalhando nestas áreas. O país é hoje um dos líderes mundiais em conhecimento e tecnologia” destaca o professor, lembrando também que “o Brasil está desenvolvendo pesquisas para a realidade
local, para o tipo de animal criado aqui (zebuíno), adaptado aos trópicos e que responde diferentemente dos criados nos EUA ou Europa”.

Em sua palestra Atualização dos protocolos de IATF e TETF, Baruselli
apresenta os resultados de estudos realizados pelo grupo de pesquisadores que mantém na USP, a respeito das técnicas de manejo reprodutivo, sua produtividade e aplicabilidade.  Ele preocupa-se com o ainda baixo nível de inseminação artificial de fêmeas em idade reprodutiva no Brasil, que há anos está estagnado no índice de 5 a 6% do rebanho. “O que considero estar atrapalhando mais o desenvolvimento desta tecnologia é a taxa de serviço, que está muito relacionada à eficiência da técnica. Para que tenhamos uma
elevada taxa de serviço, precisamos ter uma boa taxa de detecção de cio de vacas com atividade ovariana. Estas taxas normalmente apresentam comprometimentos quando verificamos as situações brasileiras de criação. Geralmente temos problema de observação de cio, principalmente em vacas zebuínas, que tem cio mais curto. Em vacas paridas, geralmente temos baixa taxa de atividade ovariana”. Para o professor, estes são os fatores que comprometem a inseminação artificial e fazem com que ela não seja utilizada em larga escala pelos pecuaristas brasileiros.

Porém, os avanços das pesquisas neste campo tornaram superáveis estes entraves. “Hoje, já é possível obter um bezerro por vaca, por ano, através de técnicas como a Inseminação Artificial em Tempo Fixo, a IATF”, garante Baruselli. Para o professor, um dos mais importantes avanços para conseguir alcançar este resultado foi a possibilidade de sincronizar a ovulação das fêmeas. “Hoje em dia, com a sincronização do ciclo estral, podemos utilizar a inseminação artificial sem a necessidade de detecção de cio, como é feito a IATF. Se você não precisa observar o cio, o que era um dos grandes entraves na implantação dos programas, facilita bastante o desenvolvimento
da tecnologia e aplicação pelos produtores. A tecnologia está testada
largamente e os resultados são bastante satisfatórios”. Baruselli diz ainda que com o uso de técnicas como a IATF, é possível fazer com que ovário da vaca volte a funcionar mais rapidamente após o parto. “Uma vaca que iria ovular com 150 dias após o parto acaba ovulando com 50 dias após o parto.

Em relação à transferência de embriões, Baruselli comenta que “na atualidade existem ferramentas para superovular e inseminar artificialmente uma doadora sem a necessidade de detecção do cio, empregando as técnicas de sincronização do crescimento folicular e da ovulação. Ainda, as receptoras e embrião podem ser inovuladas em tempo fixo, eliminando totalmente a necessidade de detecção de cio também nessa categoria”.

Estas perspectivas promissoras no campo da reprodução animal empolgam os participantes do simpósio. Leonardo Teixeira, médico veterinário que trabalha com melhoramento genético de gado de elite na região de Uberaba, Minas Gerais, esteve presente na primeira edição do evento, realizada em
2004, e saiu de lá muito satisfeito. “No primeiro simpósio aprendemos a
utilizar protocolos de uma maneira muito mais produtiva do que antes
fazíamos. Também fomos apresentados a novos medicamentos e produtos que garantiram aumento nos índices e trouxeram incremento nos resultados das técnicas de manejo reprodutivo”, conta o veterinário. Este ano, sua presença já está garantida no evento. A expectativa dos organizadores é que, a exemplo do que ocorreu na primeira edição, todas as 750 vagas sejam
preenchidas.

O 2 Simpósio Internacional de Reprodução Animal Aplicada acontece de 5 a 7 de outubro, no Hotel Sumatra, em Londrina. As inscrições podem ser pelo site www.geraembryo.com.br/simposio

Devido ao número limitado de vagas, os organizadores aconselham fazer as inscrições antecipadamente.