Redação (14/07/06) – Se não é possível terminar com estes criatórios, as entidades ligadas à avicultura tentam eliminar os incentivos e pressionar por programas de controle sanitário nas pequenas propriedades. O vice-presidente da União Brasileira de Avicultura (UBA), Ariel Mendes, informa que a entidade já solicitou ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) o fim de projetos que incentivem a avicultura de subsistência. – Estamos alertando o governo para que esses programas sejam evitados ou reavaliados, e que só sejam mantidos os que exigem um mínimo de segurança sanitária nas criações, como, por exemplo, manter as aves presas – afirma. A delegacia do MDA no Estado nega que existam programas específicos de incentivo à avicultura de subsistência no Estado.
Já o Ministério da Agricultura está produzindo folhetos e iniciará uma campanha para explicar aos pequenos criadores os cuidados que devem ter. Nos galinheiros de fundo de quintal, as aves estão mais expostas a doenças, porque muitas vezes vivem em local aberto, e sem vacinação em contato com pássaros que vêm de longe. O secretário-geral da Federação dos Trabalhadores na Agricultura, Elton Weber, sai em defesa dos pequenos agricultores: – Cabe aos organismos públicos fazer o controle sanitário.
O problema não está no tamanho da criação, mas no controle. O desconforto das grandes indústrias com a manutenção das criações de subsistência, no entanto, não significa o fim do frango caipira. Já há projetos de pequenos agricultores criando esse tipo de animal com cuidados sanitários. É o caso de seis produtores do município de Crissiumal, no norte do Estado. Há um ano, eles iniciaram um plantel conjunto e fundaram o abatedouro São Sebastião, que garantiu um aumento de até quatro vezes no faturamento do grupo, que antes só tinha renda com o plantio de soja e milho. – Compramos pintinhos de um dia vacinados. Até os 28 dias, os frangos ficam no galpão, alimentados só com ração.
Depois, vão para um piquete em pasto verde, onde também comem pasto, abóbora, mandioca, chuchu, as coisas da estação – conta Marcos Zimmermann, um dos sócios do abatedouro.