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Cooperativas querem mais recursos para financiar produtor rural

<p>Presidentes de cooperativas agropecuárias discutiram com representantes do Banco do Brasil as formas de acesso aos recursos disponibilizados pelo pacote agrícola editado em maio e complementado na semana passada.</p>

Redação (26/06/06) – O encontro foi convocado pela Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc) e coordenado pelo presidente Neivor Canton, na tarde de ontem, no auditório da Coopercentral Aurora, em Chapecó.

O gerente regional Jefferson Correa Pinto Amando e o gerente da agência empresarial, Antônio Carlos Quinato, ouviram dezenas de sugestões para o aperfeiçoamento dos produtos financeiros do Banco do Brasil. O presidente Neivor Canton mostrou a necessidade emergencial da criação de uma linha de crédito, com prazo de 20 anos, para o financiamento de cotas-partes através da qual os produtores cooperados pagarão seus débitos junto às cooperativas que os financiaram nas últimas safras. Em Santa Catarina, as cooperativas agropecuárias e de crédito comprometeram mais de R$ 220 milhões de reais para garantir recursos aos produtores preparar a safra.

Canton disse que as cooperativas de crédito e as cooperativas de produção agropecuária terão dificuldades em tomar os recursos do FAT oferecidos pelo novo conjunto de medidas porque os encargos financeiros foram fixados em um nível insuportável. A linha de capital de giro (giro cooperativo comercial), por exemplo, ficou com prazo de 24 meses e redução dos juros de 8% para 7%, acrescido da TJLP (até 6% para risco A e B, e até 7% para risco C e D). Essas taxas são impraticáveis, resume o dirigente, para quem os juros totais não poderiam passar de 8,75% ao ano.

As discussões giraram em torno da prorrogação dos débitos e da viabilização de novos recursos. Neivor lembrou que a Ocesc defendia a inclusão de mais produtos na prorrogação automática de custeio, aumento do percentual para 80% em todos os produtos solicitados e carência de dois anos. A demanda não foi atendida, havendo apenas pequenos acréscimos para o milho, arroz, soja sul/sudeste e para o algodão, com a inclusão de produtos importantes. Faltou incluir o fumo e frutas.

Em relação às parcelas do PESA e Securitização, o pedido era para que fosse realizado um aditivo ao contrato para prorrogar para 2 anos após o vencimento atual dos contratos dos produtores. O governo fez diferente: abrirá uma linha de financiamento com prazo de cinco anos, com dois anos de carência, com encargos financeiros de 8,75% ao ano, para o produtor quitar as prestações de 2005 e 2006, pagando juros, multa, etc. se as parcelas estiverem vencidas.

Por outro lado, o governo não intercedeu nas garantias exigidas pelos bancos. Dessa forma, aqueles produtores que não disporem de garantia nem teto para a realização dos financiamentos, ficarão impossibilitados de fazerem os empréstimos.