Redação (26/06/06) – Segundo a Secretaria de Produção Rural e Reforma Agrária do Estado, a colheita local de sorgo deve render 96,8 mil toneladas nesta safra 2005/06, 125% mais que no ciclo anterior. Pernambuco é o quinto maior Estado produtor de ovos do país, com 1,5 bilhão de unidades por ano, e o oitavo no ranking de carne de frango (240 mil toneladas/ano).
Segundo Antônio Corrêa de Araújo, presidente da Associação Avícola de Pernambuco (Avipe), apesar do avanço do sorgo as empresas do ramo chegam a gastar R$ 210 milhões por ano com a aquisição de 600 mil toneladas de milho oriundo Estados como Mato Grosso e Bahia e até mesmo da Argentina. “Pernambuco não tem chuvas suficientes para viabilizar a produção de milho em larga escala”, diz.
Para ele, o custo dessas compras é muito elevado, e isso sem contar a logística. Como o sorgo substitui o milho satisfatoriamente, afirma, a produção estadual deste grão representa uma alternativa “extremamente viável” para o segmento. Enquanto a saca de 60 quilos de milho é atualmente vendida a R$ 22, o mesmo volume de sorgo sai por R$ 17. Para estimular os agricultores a apostar no sorgo, a Avipe fez um acordo com a Secretaria de Produção Rural e Reforma Agrária segundo o qual se compromete a garantir a compra da produção por um preço mínimo de R$ 16 a saca.
Em 2005, a Avipe comprou metade das pouco mais de 40 mil toneladas produzidas em Pernambuco. Neste ano, a expectativa é que essas compras alcancem até 35 mil das mais de 90 mil toneladas esperadas nas regiões do Sertão e Agreste do Estado. “O acordo firmado prevê a aquisição de até 200 mil toneladas caso o Estado venha a produzir este volume”, afirma Corrêa.
O secretário de Produção Rural, Ricardo Rodrigues, diz que a meta para esta safra era ocupar 50 mil hectares com o plantio de sorgo. “Vamos alcançar 40,3 mil hectares no Sertão e teremos pelo menos 3,5 mil no Agreste. As técnicas de manejo estão melhorando e nesta safra devermos chegar a uma produtividade média de 2,2 mil quilos por hectare, ante 1,8 mil em 2005”. As principais fontes de milho de Pernambuco estão a até 3 mil quilômetros de distâncias das avícolas locas. Caso a ferrovia Transnordestina estivesse em atividade, o custo logístico do milho poderia recuar em até 60%.