Redação (21/06/2006) – A conversa de ontem entre o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, em Brasília, e alguns produtores, lideranças políticas e Sindicarne não é otimista para a suinocultura. O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Wolmir de Souza, conta que foi uma conversa muito franca. O ministro foi realista e deixou claro que é preciso buscar novos mercados. Souza completa que as tentativas para a reabertura da Rússia continuam, mas são inúmeros os fatores que interferem no resultado das negociações.
Uma das esperanças é a vinda da missão russa ao Brasil. Embora eles já tenham sinalizado interesse para importar carne bovina e não suína, afirma Souza. Rodrigues comentou durante a reunião que o Brasil não dá segurança sanitária e vende carne muito barata, o que prejudica a competitividade da produção interna daquele país. Além disso, há fatores políticos. Este ano tem eleição na Rússia e fortalecer o mercado de carnes do próprio do país é uma estratégia para conquistar os produtores locais, comenta Souza.
A única alternativa para o momento é trabalhar o mercado interno. Nós comentamos algumas ações que já estão sendo desenvolvidas em Santa Catarina e sugerimos que sejam implantadas em todo o Brasil destaca o presidente da ACCS. Ele ressalta ainda, que o ministro ficou surpreso quando foi falado que se cada pessoa consumir dois quilos a mais de carne suína por ano, o País tem condições de absorver todo volume que é exportado, completa.
Souza acredita que se houver um trabalho de cooperação e transparência entre indústria e produtores e os supermercados fizerem ações fortes incentivando o consumo de carne suína é possível amenizar a crise. Precisamos de atitude só discurso não basta, argumenta.
A ACCS também entregou ao ministro da Agricultura uma pauta de medidas emergenciais. Os principais pedidos são: a prorrogação das dívidas para manutenção plantel e compra de insumos, aquisição da carne excedente e ações de marketing para divulgar a carne suína.