Redação (07/06/06) – Houve redução do preço do quilo do suíno na pauta de exportação para outros Estados, de R$ 1,80 para R$ 0,96. Com isso, os impostos são calculados em cima de um valor menor e mais próximo da realidade atual. E também foi feita a diminuição do ICMS de 12% para 7% na venda para outros Estados.
Crise amenizada – “São medidas que embora não resolvam o problema dos produtores, ajudam a diminuí-lo”, explica Wolmir de Souza, presidente da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos (ACCS).
As ações pretendem ajudar principalmente os produtores independentes, que são hoje os que mais sofrem com o represamento de animais no campo, por falta de demanda da indústria que está impedida de exportar à Rússia, o principal cliente da carne suína do Brasil. Nos cálculos da ACCS, são hoje 100 mil animais represados. A grande oferta fez os preços aos integrados caírem para R$ 1,50 o quilo vivo – há rumores de que baixarão para R$ 1,40. Estava em R$ 2,00 em outubro. No caso do independente, a cotação está em torno de R$ 1,00 por quilo vivo (já há negócios a R$ 0,95); estava em R$ 2,50 em outubro, quando a febre aftosa ressurgiu.
A desoneração, válida para carne in natura de suínos, vai funcionar da seguinte forma. O produtor não paga imposto na venda para a indústria, e a indústria não paga na venda para o supermercado. Já este último paga na venda para o consumidor, que arca com os 7% de ICMS, já que este estará inserido no preço.
Promoção – Com a medida, suinocultores o frigorífico Pamplona e a rede de supermercados Angeloni fecharam um acordo. Os produtores terão seus suínos abatidos no Pamplona, que os venderá para o Angeloni. Este fará uma oferta de preços, com descontos de até 60%, durante 30 dias, na venda para o consumidor.
A expectativa dos produtores é de que a maior rede varejista do Estado consiga comercializar 150 toneladas de carne suína em um mês, cerca de 100 toneladas a mais que o volume normal de comercialização. E no campo, espera-se que haja redução de 20% no volume de animais represados.
Há negociações com outras redes, mas ainda não estão concluídas. De acordo com o secretário de agricultura de Santa Catarina, Felipe Luz, a validade de 60 dias na desoneração é suficiente, já que esse período seria o prazo limite para que a produção e comercialização voltem ao normal. Isso se for concretizada a expectativa de que o embargo russo ao Estado seja levantado em no máximo daqui dois meses.
Há poucos dias, Luz voltou de uma visita à Rússia, onde travou conversações com autoridades locais sobre o embargo. A expectativa é grande também com a visita de uma missão técnica ao país na próxima semana.