Redação (05/06/06) Na verdade serão dois grupos, uma Comissão permanente que tratará questões gerais da suinocultura, para que a atividade não viva de sobressaltos e oscilações como esta que está ocorrendo e outra que buscará medidas emergenciais para soluções do problema imediatamente.
Para a Comissão emergencial, que deverá estar em Brasília na próxima semana, participam prefeitos representantes das Associações dos Municípios, o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos, ACCS, Wolmir de Souza, um representante do Sindicarne, Deputados Estaduais Membros da Comissão da Agricultura; Deputados Federais Catarinenses; o Secretário da Agricultura Felipe Luz e representantes das Associações Comercial e Industrial do Estado. A viagem para Brasília deverá ser marcada para a próxima semana, já que as soluções devem ser buscadas com urgência. As reuniões deverão ocorrer com o Ministro da Agricultura Roberto Rodrigues; Ministro do Comércio e Exterior, Luiz Fernando Furlan; Embaixador Russo no Brasil e Ministro da Fazenda.
Como medidas emergenciais serão buscados recursos financeiros para que as agroindústrias consigam comprar os mais de 100 mil suínos represados no campo para aliviar o mercado e uma solução imediata para o embargo Russo.
Já a Comissão Permanente da Suinocultura, que deverá envolver basicamente as mesmas entidades, deverá buscar a elaboração de uma Lei Federal para que haja um controle na produção ou se houver, que a indústria garanta o preço mínimo. Outra sugestão também é a criação de um preço mínimo para o suíno, porque os suinocultores alegam que nesta situação, estão sendo obrigados a vender por um valor irrisório, tendo enormes prejuízos, além de outras questões que a ACCS já está trabalhando, como aumento do consumo interno, abertura de novos mercados, negociações com redes de supermercados para que sejam feitas promoções de carne suína entre outros.
A participação – Mais de 150 pessoas lotaram o auditório da ACCS, na manhã desta segunda feira. Entre prefeitos de diversas regiões do Estado, políticos de nível estadual e Federal, Sindicatos, Agroindústria, Suinocultores, representantes do Comércio local e demais pessoas que direta ou indiretamente estão sentindo os reflexos da crise na suinocultura.
O prefeito de Irani e Presidente da Associação dos Municípios do Alto Uruguai Catarinense, Amauc, Fábio Fávero, disse que no próximo dia 08 de junho, estará em Blumenau quando irá participar da reunião da Federação Catarinense dos Municípios, Fecam, para sugerir o que já foi decidido nos municípios da Amauc, de fazer um dia de paralisação em apoio a agricultura que passa por sérias dificuldades, comprometendo o futuro da atividade. Se não houver um apoio dos demais prefeitos, os 16 municípios da Amauc irão se mobilizar sozinhos, porque a situação está insustentável, reclamou Fávero. No dia de mobilização, serão envolvidos todos os setores, tanto das prefeituras, do comércio e demais segmentos que envolvem os municípios.
Diante da situação, o prefeito de Peritiba, Joarez Peliciolli, disse que iria cumprimentar apenas os suinocultores, porque apenas eles eram dignos de receber cumprimento e ainda destacou que os produtores não querem esmola, apenas preços justos. Já o suinocultor e presidente do Núcleo Municipal de Criadores de Suínos do Vale do Rio do Peixe, Antonio Ramela, afirmou que é necessário tomar medidas drásticas e emergenciais, porque a suinocultura dá lucro quatro meses e prejuízos por dois anos. O prefeito de Seara Edmilson Canale, destacou a necessidade de se fazer uma comissão entre políticos, suinocultores, com o apoio do Governo Estadual e fazer com que as portas do Governo Federal se abram para a situação. É necessário também que se faça uma carta, não de reivindicações, mas de desespero da suinocultura, exclamou.
O suinocultor e prefeito de Ibian, Nelson Grassi, destacou que mesmo o suinocultor em crise ainda gera uma enorme economia para a região e os bancos continuam financiando a expansão da suinocultura. Em Ibian, a 95% da economia gira em torno da suinocultura. Precisamos planejar melhor a atividade, porque é mais válido vender um suíno do que dois e com prejuízo, destacou. Grassi salientou ainda que as Cooperativas que são dos produtores, estão cortando integrados que tenha 10 a 12 matrizes e obrigando a adequação e aumento para 100 a 200 fêmeas, ou estão fora do processo que não obedecer.
O encontro encerrou as 12h30 com um grupo mobilizado em torno dos mesmos objetivos.