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Sindicato dos frigoríficos entra na Justiça contra Indea

<p>A mobilização acontece desde a última segunda-feira, em apoio ao movimento Grito do Ipiranga, que completou um mês ontem. </p><p></p>

Redação (18/05/06) – O Sindicato das Indústrias Frigoríficas de Mato Grosso (Sindifrigo) impetrou ontem mandado de segurança contra o Instituto Nacional de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea/MT) por causa do fechamento dos escritórios do órgão em vários municípios do Estado. O funcionamento dos escritórios está impedido em função dos bloqueios que os pecuaristas fazem na entrada de cada órgão.

Com o fechamento das unidades do Indea, ficam suspensas as emissões das Guias de Transporte Animal (GTAs), utilizadas pelos frigoríficos para transportar os animais das propriedades rurais para os locais de abate.

A conseqüência disto, segundo o presidente do Sindifrigo, Luís Antônio Freitas Martins, é a redução no volume de abates e a falta de carne para abastecer o mercado interno e para atender aos contratos de exportação.

“Por isso tomamos a decisão de entrar na Justiça contra o Indea. Entendemos que outros segmentos não podem ser prejudicados pelo movimento iniciado pelos agricultores. A causa deles [produtores] é justa, mas a sociedade não pode ser penalizada desta forma”, critica.

Em Mato Grosso são 33 frigoríficos com inspeção federal (SIF). Desses, seis vendem carne para o mercado interno e 27 estão habilitados para exportação.

“O problema é que os frigoríficos estão sendo atingidos diretamente, pois estão impossibilitados de cumprir os contratos de exportação”, argumenta Freitas, lembrando que muitos embarques já deixaram de ser feitos para outros países devido à falta de animais para abate.

O presidente do Sindifrigo informou que os frigoríficos trabalharam ontem com 80% da sua capacidade de abate. Para hoje, caso os escritórios do Indea continuem fechados, o volume de abates cairá para 50% e, neste final de semana, poderá haver falta de animais nos frigoríficos.

Com isso, ficariam suspensas todas as vendas para o mercado interno e também para outros países. “Infelizmente, as indústrias correm o risco de ficar paradas já a partir da próxima semana”, alerta Luís Antônio.

Lembrou que, por enquanto, a indústria ainda não fala em demissões, “porque acredita que o movimento não vai durar muito tempo”.

O volume de abates em Mato Grosso é de 18 mil animais por dia. Ontem foram abatidos 14,4 mil e, hoje, este número pode cair para 9 mil.

ACRIMAT – Segundo o diretor-secretário da Associação dos Criadores do Estado de Mato Grosso (Acrimat), Vicente Falcão, a atitude dos pecuaristas é também em defesa da própria classe, “que enfrenta uma crise sem precedentes em função da política macroeconômica do governo Federal”, que está privilegiando a entrada de dólares ao País em detrimento da atividade agropecuária. “O produtor não suporta a política cambial do governo Federal e está amargando prejuízos com os preços da arroba do boi e o elevado custo de produção”, explica Falcão.

INDEA – O presidente do Indea, Décio Coutinho, informou que ontem pela manhã 44 unidades regionais do órgão se encontravam fechadas pelo protesto. Na terça-feira, 40 escritórios estavam paralisados pelo manifesto dos pecuaristas, mas no final do dia o número chegou a 51.