Redação (09/05/06)- O agronegócio é um dos setores brasileiros mais promissores para a atração de investimentos árabes. A afirmação é do vice-presidente de Marketing da Câmara de Comércio Árabe Brasileira e cônsul-honorário da Tunísia em São Paulo, Rubens Hannun. Segundo Hannun, os árabes costumam investir em setores nos quais há demanda nos seus países e os quais eles não têm forte atuação interna. Ele cita a produção de soja, açúcar e carnes como factíveis de despertar interesse dos empresários do Oriente Médio e Norte da África.
O cônsul falou sobre a atração de investimentos árabes no último mês a um grupo de integrantes da Rede Nacional de Informação sobre Investimentos (Renai), formada por ministérios e órgãos do governo federal, além de secretarias de desenvolvimento dos estados. Hannun acredita que o Brasil precisa traçar uma política específica para atrair investimentos do mundo árabe. Assim como são feitas missões na busca de um maior comércio, poderiam ser feitas também, segundo ele, programas voltados ao investimento.
Ele acredita que outros setores do país, como construção e o próprio setor financeiro também são atrativos para os árabes. Hoje, segundo o vice-presidente de Marketing, os investimentos árabes existentes no Brasil são pequenos e pontuais. Mais informações sobre o Brasil no mundo árabe e vice-versa, segundo Hannun, reforçariam as possibilidades de investimentos. “Isso influencia os investimentos. Eles não vão investir em um país que não conhecem”, diz o vice-presidente.
Um aumento desse fluxo de investimentos, segundo Hannun, traria uma aproximação das duas regiões e, conseqüentemente, também aumento da corrente comercial. “Eles passariam a dar mais prioridade aos nossos produtos”, afirma. O potencial de importações no mundo árabe é muito grande. Os 22 países que integram a Liga Árabe importam juntos US$ 292,5 bilhões por ano. A importação per capita da região, que tem uma população de 324,3 milhões, é de US$ 902, duas vezes maior que a brasileira.
O Produto Interno Bruto (PIB) da região é de US$ 1,03 trilhão. As tarifas para importação de produtos ficam entre 4% e 40%. Hoje, os principais fornecedores de produtos ao mercado árabe são Alemanha, França, Itália, Estados Unidos, Japão, China e Turquia. O Brasil é o oitavo maior fornecedor da região, com 1,6%. A Alemanha, a maior parceira comercial dos árabes, responde por 6,5% de tudo o que eles compram fora dos seus países.