O setor agrícola de Arequipa continua sendo atingido por bloqueios de estradas. Agora, a falta de comida afeta os animais de curral. Os representantes dos setores avícola e pecuário alertam para a queda na produção, o que também pode afetar os preços dos alimentos para a população. Nesse sentido, pedem às autoridades locais e ao Poder Executivo que intermediem a importação desses insumos básicos da vizinha Bolívia.
Nesta terça-feira, diferentes representantes lançaram um pedido de ajuda às autoridades na sede da Sociedade Agrícola de Arequipa (SADA). Um problema transversal é a falta de chegada de alimentos para os animais, cuja base é a torta de soja, importada da Bolívia. Os bloqueios impedem a entrada de embarques no país serrano. Além disso, os alimentos substitutos que são preparados em Arequipa não podem chegar aos aviários devido a bloqueios nas estradas.
No caso do setor avícola, seu porta-voz Lester Cervantes disse que 20% das aves das granjas de Arequipa morreram de fome. Acrescenta que estes não podem ser colocados no mercado, pois perecem fora da zona de lucro. Houve dias em que as aves ficaram sem comer por até 3 ou 4 dias .
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Ele sustentou que, se esse cenário continuar, um primeiro efeito será sentido no preço, dada a queda na produção. Ele lembrou que o ovo é a proteína mais barata para a maioria das mesas e sua oferta também foi reduzida em 20%. Cervantes estima que 300 mil pessoas trabalhem direta e indiretamente no setor e as perdas diárias cheguem a 10 milhões de soles.
Intermediação das autoridades para a entrada de insumos da Bolívia
Por meio de um pronunciamento, os produtores de aves, galinhas e ovos de Arequipa solicitaram que o governo central, o governo regional de Arequipa, o Ministério da Agricultura e o público permitam a entrada desses insumos básicos da Bolívia, para alimentação das aves e produção de ovos.
Da mesma forma, o presidente da Sociedade Agrícola de Arequipa (SADA), Daniel Lozada, pediu ao governador regional Rohel Sánchez que crie uma mesa de diálogo com diferentes setores, para que o trânsito rodoviário seja garantido. Lozada indicou que recorrem à autoridade regional porque não vêem uma resposta do governo central e acrescentou que também é necessária uma resposta política que envolva eleições antecipadas. O presidente da SADA estima que dezembro deste ano pode ser uma data provável.
Por sua vez, Rómulo Morán também desistiu das eleições de 2023 para encontrar uma saída para a crise. Apesar de reconhecer que Boluarte é legalmente presidente, ela destacou que já perdeu a legitimidade por não conseguir resolver a crise.
