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Lula pede união para acabar com subsídios

<p>Durante encontro com o presidente da Guatemala, Oscar Berger, nesta segunda-feira, o presidente defendeu a união dos países mais pobres para enfrentar as negociações na Organização Mundial do Comércio (OMC).</p>

Redação (14/03/06)- O processo de negociação para o fim dos subsídios agrícolas está numa encruzilhada.

Lula disse que o processo já superou a fase de negociação técnica e entrou numa etapa de decisão política, por isso é importante que os países mandem para a reunião de cúpula América Latina-União Européia marcada para maio, em Viena, presidentes e primeiros-ministros.

“Temos que nos unir em grandes blocos para enfrentar os desafios nas negociações comerciais na OMC. Nessas negociações, Guatemala e Brasil trabalham juntos para mudar o panorama para suas exportações agrícolas nos mercados dos países ricos. Estamos numa encruzilhada no processo negociador, mas temos de garantir que a Rodada de Doha não acabe num impasse. Por isso, este é um momento de decisões políticas”, disse Lula.

O presidente lembrou que já conversou com o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, e o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, com a primeira-ministra alemã, Angela Merkel, com o objetivo de garantir a presença de presidentes e primeiros-ministros na reunião de cúpula de maio.

“A impressão que eu tenho e a compreensão que eu tenho é que a Rodada de Doha e o acordo da OMC para o fim dos subsídios agrícolas dos países não dependem mais de uma reunião técnica, dependem agora de decisões políticas. E decisões políticas somos nós, presidentes da República, que temos que tomar”, disse Lula.

Nesse processo de fortalecimento da cúpula política da cúpula América Latina-União Européia, o presidente disse que é preciso ter parceiros para convencer os países da União Européia a mandarem seus representantes máximos. “Eu tenho dito em todos os cantos do mundo que a agricultura é muito importante para todos os países, mas para os países menores e pobres, tem importância maior”, disse Lula.

O presidente lembrou que na França a agricultura ocupa 1% da força de trabalho, na Inglaterra, 2,8%, e na União Européia como um todo, 4,8%. No Brasil, segundo ele, ocupa 25% da força de trabalho, na Guatemala, acima de 50%, e em Camarões, 70%. “Portanto, não tem sentido subsídio agrícola impedindo os países pobres de serem mais competitivos”, afirmou o presidente.