Da Redação 02/12/2005 – Depois da ferrugem asiática, que começou a infestar as lavouras em várias regiões de Mato Grosso, agora é a vez da lagarta atacar as plantações de soja e deixar os produtores apreensivos. A presença do inseto está sendo detectada em praticamente todas as regiões do Estado e, de Norte a Sul, os produtores já começam a fazer o controle e monitoramento das lavouras para evitar perdas.
“O período de plantio começou mal para os agricultores. Além das incertezas do mercado e o problema cambial, tivemos a volta da ferrugem mais cedo e, agora, temos a lagarta. A combinação de todos esses fatores deixa o setor ainda mais apreensivo este ano”, afirma o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famato), Homero Pereira.
Ele também está preocupado com o ataque da lagarta nas lavouras de soja e recomenda muita atenção por parte dos produtores. “Todos devem ficar atentos, pois qualquer descuido pode significar a perda da lavoura”, alerta. Homero diz que os produtores devem ter bons “instrumentos de intervenção” para controlar pragas e doenças. “Os produtores devem fazer a pulverização de forma controlada, uma vez que o excesso de aplicações pode gerar grande impacto no custo de produção, o que também acaba refletindo na sua rentabilidade”.
PRODUTORES – O surgimento da “lagarta da soja” mais cedo este ano já está tirando o sono dos produtres mato-grossenses. A lagarta está atacando muitas propriedades e a falta de informações sobre medicamentos mais adequados para o combate à praga tem sido um grande problema para os produtores.
Segundo o produtor Orcival Guimarães, com 21,3 mil hectares (ha) de soja plantados nos municípios de Lucas do Rio Verde, Tapurah, Sorriso e Trivelato todos no Médio Norte estadual -, conta que o ataque está muito concentrado na região e inclusive no Norte.
“No ano passado, o ataque foi bem menor e pudemos fazer um monitoramento eficiente da praga. Este ano, os ataques começaram mais cedo e muitos produtores estão tendo problemas para fazer o controle devido às dificuldades para realizar a pulverização”, relata Orcival.
Ele diz que a praga atua no pé da planta, o que acaba dificultando a aplicação do veneno em condições normais.
Outro produtor que está apreensivo com o ataque da “lagarta da soja” é Antônio Sérgio Rossani, que tem lavouras em Ipiranga do Norte. Tenho conversado com outros produtores e a informação é de que toda a região, incluindo Itanhangá, Tapurah, Tabaporã, Cláudia e Carmem já estão com lavouras infestadas de lagarta, conta.
Segundo ele, houve falta de chuvas na região, o que propiciou o surgimento da praga antes da época prevista. “Aqui na região, os produtores já estão fazendo o controle da lagarta, mas estão encontrando dificuldades”.
O agricultor informou que o custo da aplicação do veneno “é relativamente baixo”, mas o estrago causado pela lagarta é grande. “Se não for feito um controle eficiente, a praga pode acabar com tudo”, adverte Rossani, que já está fazendo a pulverização de toda a sua área de soja em Ipiranga.