Da Redação 13/09/2005 – Mesmo sob dívidas da safra passada, as primeiras chuvas do semestre aguçaram a vontade do produtor e mais uma vez o município de Lucas do Rio Verde (360 quilômetros ao Médio Norte de Cuiabá) mantém a poleposition e dá a largada da nova safra brasileira de soja. Com o plantio de variedade super precoce, boa parte das lavouras já estará em ponto de colheita no final de dezembro e os produtores livres para cultivar sobre a mesma área a safrinha de algodão.
No sábado passado, o produtor Cláudio Cargnelutti iniciou a semeadura dos primeiros 150 hectares (ha) dos mil que serão cultivados com super precoce. “Comecei mais cedo porque as chuvas contribuíram. Mas como no início desta semana deram uma cessada, interrompemos o plantio”, explica.
A área total destinada à soja nesta safra é de 16,6 mil/ha, 400/ha a menos se comparado à safra passada. “Este volume representa áreas mais antigas e que necessitam de mais investimentos em insumos. Ao invés de reduzir tecnologias, optei por reduzir área. Para o inverso me traria prejuízos certos”, argumenta. Com a alternativa, Cargnelutti espera obter a média da região, cerca de 58 a 59 sacas, ou aproximadamente 3,5 mil quilos/ha.
Notícias Relacionadas
Sem capital suficiente para “levar a safra”, o produtor explica que conseguiu crédito com multinacional, ou seja, com agente privado, “e é isso que muitos estão fazendo, se arrastando para poder plantar”. Cargnelutti conta também que requereu a prorrogação das dívidas de custeio da safra 04/05 ao Banco do Brasil, mas que não obteve resposta.
Foi com a multinacional que o produtor comercializou, de forma antecipada, parte da produção a ser plantada, que ele prefere não revelar, mas frisa que se o crédito do Banco não sair, terá de comprometer “mais um pouco”.
De acordo com o presidente do Sindicato Rural de Lucas do Rio Verde, Helmut Lawisch, o município “tem uma situação um pouco melhor no Estado”, mas prevê redução no plantio de super precoce. Ele acredita que dos 220 mil/ha de soja – até ano passado, 30% eram de variedade de ciclo curto este ano, somente 15% serão ocupados.
