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Ministro da Agricultura busca reaproximação com deputados.

<p>Ministro da Agricultura busca reaproximação com deputados.</p>

Da Redação 15/06/2005 – Criticado e cobrado nos bastidores do Congresso pela demora do governo em socorrer produtores rurais em dificuldades, o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, iniciou ontem um processo de reaproximação com deputados, em especial com os da Comissão de Agricultura da Câmara.

Em conversas individuais com 14 deputados, Rodrigues recebeu pedidos e ouviu queixas por mais de quatro horas. Amanhã, Rodrigues estende a agenda em encontros com senadores ruralistas e deputados do Núcleo Agrário do PT.

Insatisfeitos com as medidas tomadas pelo governo para prorrogar dívidas e abrir novas linhas de crédito ao setor, os parlamentares insistem em patrocinar um “tratoraço” em Brasília para arrancar do Tesouro uma nova renegociação de R$ 12,3 bilhões em débitos agrícolas de mini, pequenos, médios e grandes produtores. Alguns ruralistas, como Ronaldo Caiado (PFL-GO), presidente da Comissão de Agricultura, chegaram a pregar que o ministro deixasse o cargo. “O governo usa o ministro como escudo e desgasta seu capital. Usa seu prestígio para contingenciar 80% do orçamento do ministério e não tomar medidas para o setor”, disse.

Os deputados também pressionam pela recomposição do orçamento do ministério. No total, Rodrigues perdeu R$ 273 milhões em despesas de custeio, investimento e emendas parlamentares. Em contrapartida, o ministro Miguel Rossetto agregou R$ 400 milhões ao Desenvolvimento Agrário.

Os parlamentares acham que o governo está em dívida com o setor por seu peso e contribuição às contas do país. Por isso, exigem também mais recursos para o Plano de Safra 2005/06. Os produtores querem R$ 81,4 bilhões, mas a equipe econômica do governo trabalha com um volume total entre R$ 50 bilhões e R$ 55 bilhões.

De fevereiro para cá, o governo anunciou rolagens de empréstimos para produtores de arroz, algodão e trigo. Mas não agradou totalmente. Criou também uma linha de R$ 1 bilhão com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para refinanciar dívidas privadas com fornecedores do setor e outro programa de capital de giro de R$ 300 milhões para cooperativas agropecuárias. Pouco, na opinião dos ruralistas.

Na maior parte das conversas de ontem, porém, os deputados trataram de assuntos e de interesses regionais com Rodrigues. O deputado Josias Gomes (PT-BA), por exemplo, tratou de nomeações na Comissão Executiva da Lavoura Cacaueira (Ceplac), ligado ao Ministério da Agricultura. Já o deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS) insistiu no aumento de R$ 23,50 para R$ 25 do valor que o governo federal pagará para adquirir cada saca de arroz dos produtores.