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Preços agrícolas caem 0,76% em SP

<p>Variação negativa, no mês de maio, foi pressionado pela queda das cotações no grupo de produtos de origem vegetal.</p>

Da Redação 02/06/2005 – Pressionado pela queda das cotações no grupo de produtos de origem vegetal, o índice de preços recebidos (IPR) pelos produtores paulistas, pesquisado pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA) – ligado à Secretaria de Agricultura do Estado – encerrou o mês de maio com variação negativa de 0,76%. Foi a segunda queda mensal consecutiva, mas em relação ao fechamento de abril houve recuperação de 1,27 ponto percentual.

Nos primeiros cinco meses do ano, a variação positiva acumulada do indicador – um dos mais considerados por especialistas por medir as tendências em São Paulo, maior mercado consumidor do país – ainda chega a 5,2% e supera a alta dos principais índices inflacionários. No mesmo período, o IGP-M subiu 2,2% e o IPC-Fipe, 3,07% neste caso segundo estimativa do próprio IEA.

Os produtores paulistas também ganham poder de troca na análise dos últimos 12 meses até maio último, quando o salto do IPR chega a 15,87% contra 9,08% do IGP-M e variação estimada de 7,86% do IPC-Fipe. Para este mês de junho, Nelson Batista Martin, responsável pela pesquisa do IEA, espera estabilidade ou variação negativa de até 0,5% dos preços pagos aos produtores paulistas.

Martin afirma que as chuvas paulistas da semana passada, que causaram prejuízos às operações da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) na capital do Estado, não terão efeito significativo sobre os preços neste mês. “Os maiores problemas foram no cinturão em torno da capital”. Chuvas como as que ocorreram costumam prejudicar o escoamento da produção de hortaliças, com efeito “altista” sobre os preços. “Neste caso, foram mais afetadas as hortaliças de folhas e frutas. Cebola, batata e tomate, que compõem o IPR, não foram tanto”, explicou.

Em maio, a queda das cotações dessas culturas ajudou a derrubar os preços do grupo de produtos de origem vegetal como um todo, que também sentiu os efeitos da desvalorização dos grãos (soja, milho e trigo) e do algodão. No caso desses produtos, Martin acredita que a continuidade do escoamento da safra 2004/05 deverá limitar aumentos significativos em junho. Isso poderá ocorrer a partir de julho, com a entressafra. “Mas, no caso dos grãos, tudo dependerá também dos efeitos do clima nos Estados Unidos nos preços internacionais e do comportamento do câmbio no Brasil”, disse Martin.

No grupo de produtos de origem animal, que continua esperando mais do mercado interno, a variação foi positiva em maio, de 2,53%. No grupo, a maior alta foi a dos ovos.