Da Redação 29/04/2005 – A Bunge Alimentos deverá diminuir significativamente a exportação de milho este ano, negócio no qual entrou em 2002. Segundo o presidente da companhia, Sérgio Waldrich, as exportações cairão para cerca de 50 mil toneladas ante as 3 milhões de toneladas de 2004. A redução se deve à quebra na safra nacional por conta da seca, e pode levar a empresa até mesmo a importar milho da Argentina. “Não acreditamos que teremos muito milho para exportação. No máximo exportaremos um ou dois navios”.
De acordo com Waldrich, a empresa poderá importar milho da Argentina para atender, principalmente, clientes do Nordeste. Até agora, a Bunge nunca havia feito importação de milho. Para o executivo, mesmo o milho argentino sendo transgênico em sua grande maioria – o que poderia gerar restrição -, ele não deixará de ser vendido. “Os animais têm que ser alimentados. Se não houver outra alternativa, terá que ser transgênico”, disse.
Waldrich, que participou da Feira Transnacional, em Florianópolis, disse que a seca e a queda do dólar têm prejudicado o setor, uma vez que reduzem receitas e elevam custos. Ele afirmou, porém, que a empresa deve compensar a quebra da safra de soja do Rio Grande do Sul com compras de outros estados, como no Centro-Oeste.
Em palestra, Waldrich mostrou que a receita da Bunge cresce a um ritmo de 30% ao ano desde 2001. Mas há indícios de que esse ritmo deve diminuir este ano. Ele estima em cerca de 10% alta da receita, que atingiu R$ 15 bilhões em 2004. Apesar da quebra da safra, o recebimento de grãos deve se manter em cerca de 14 milhões de toneladas.
Embora o cenário seja adverso, Waldrich crê que não será um ano ruim. “Compensaremos mercado interno com o externo e um grão por outro. Milho mais fraco no exterior pode ser compensado com uma comercialização de trigo mais forte”.
No primeiro trimestre, porém, a receita da Bunge Ltd caiu 5%, para US$ 5,45 bilhões enquanto o lucro subiu 40%, para US$ 98 milhões.