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Variação positiva

<p>Preços agrícolas sobem 5,86% em SP.</p>

Da Redação 05/04/2005 – O índice de preços recebidos (IPR) pelos produtores agropecuários paulistas, pesquisado pelo Instituto de Economia Agrícola – vinculado à Secretaria de Agricultura do Estado – superou as expectativas e encerrou março com variação positiva de 5,86%, 4,12 pontos percentuais a mais que no mês anterior e 6,29 acima de março de 2004. Foi a maior alta mensal desde novembro de 2002, quando o indicador subiu 8,35%.

Nelson Martin, responsável pela pesquisa, esperava aumento de entre 3% e 5% do IPR no mês passado, conforme adiantou ontem o Valor. O incremento maior que o previsto refletiu a forte valorização dos grãos em virtude da quebra da produção brasileira na safra 2004/05 e, também, os efeitos das recentes chuvas em São Paulo sobre a comercialização de tomate, batata e cebola, que compõem o grupo das olerícolas.

Com essa conjunção, o grupo de produtos de origem vegetal registrou variação positiva média de 10,3% no acumulado de março, com destaque para as altas de tomate (78,67%), batata (29,38%), trigo (27,19%), milho (24,83%) e soja (21,77%). Já o grupo de produtos de origem animal, que ainda enfrenta demanda doméstica menos aquecida do que se esperava no fim de 2004, caiu 2,13%, pressionado pela queda de aves (5,93%) e boi (2,23%).

Com o resultado de março, o IPR encerrou o primeiro trimestre do ano com variação positiva de 8,2%, acima dos principais índices inflacionários. No período, o IGP-M subiu 1,55% e o IPC-Fipe, 1,63% (estimativa do IEA). Em 2004, o IPR perdeu para o IGP-M, mas ganhou do IPC. Para abril, Nelson Martin espera desaceleração da alta do indicador agrícola. Ele prevê aumento de 1,5% a 2% e, portanto, manutenção da atual pressão do campo sobre a inflação.

O pesquisador prevê uma desaceleração por conta do avanço da colheita de grãos, que em março evoluiu com preços em alta por conta da redução da produção. De qualquer forma, não é normal uma valorização como a observada no mês passado em época de colheita. O salto de novembro de 2002, por exemplo, aconteceu em plena entressafra.

Martin destaca que, no caso do milho, o cenário altista ganhou força com as primeiras estimativas de safrinha de inverno menor que a inicialmente esperada. O especialista também atentou para uma esperada elevação dos preços do feijão em abril, em razão da magra safra atual.