Da Redação 01/03/2005 – O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ivan Wedekin, participa nesta terça, dia 1o., do primeiro do leilão de venda de Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs). Trata-se de um dos títulos agrícolas lançados no final do ano passado pelo ministro Roberto Rodrigues para ampliar a capacidade do setor privado de financiar a atividade agrícola.
O leilão das primeiras LCAs, lastreadas em Cédulas de Produto Rural (CPRs), será realizado pelo sistema eletrônico do Banco do Brasil. O primeiro pregão também contará com a presença do presidente da Bolsa de Mercadorias & Futuros, Manoel Félix Cintra Neto, e do vice-presidente de Agronegócios do BB, Ricardo Conceição.
O assessor da Secretaria de Política Agrícola, Régis Alimandro, explicou que as LCAs darão condições aos bancos de se refinanciarem, ampliando a oferta de crédito rural. Hoje as instituições financeiras deixam de comprar CPR quando o orçamento para este fim se esgota. Segundo o assessor, com o novo título os bancos podem pegar esse estoque de CPR e vender no mercado, só que envelopando com o nome LCA que pode ser revendido para um novo investidor, ampliando sua capacidade de financiar a atividade agrícola.
O mesmo mecanismo funcionará para os Certificados de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCAs), também lastraeados nas CPRs ou em outros títulos emitidos por produtores rurais ou cooperativas. A diferença é que os CDCAs serão emitidas por empresas do agronegócio. Estas empresas que hoje financiam a agricultura, seja adiantando dinheiro ao produtor ou os insumos necessários à produção, também terão capacidade de se refinanciarem, empacotando as CPRs e os outros títulos, agora com a denominação de CDCAs. De acordo com o assessor, a expectativa é de que haja uma expansão significativa da capacidade de financiamento da atividade agrícola por esses dois grupos: bancos e empresas.
Para atrair os investidores o Ministério da Agricultura conta com o próprio desempenho do setor agrícola brasileiro.
O público urbano já entendeu, finalmente, que o agronegócio não é uma atividade primária no sentido de baixa incorporação de tecnologia. Ao contrário, é uma atividade que está se sofisticando e a cada momento mostra que é um ótimo negócio enfatizou Alimandro.
Ele ressaltou ainda que, por meio das instituições financeiras e das empresas do agronegócio, os novos títulos vão conseguir aproximar o produtor rural do investidor urbano, que é avesso a riscos pouco dimensionáveis.
O banco e as empresas, que conhecem o agricultor, funcionarão como uma ponte que vai reduzir a distância entre o meio urbano e o rural.