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Biosseguridade

Adapar alerta para falha zero na prevenção à H5N1

 Agência de Defesa Agropecuária organiza sistema ágil de contenção para eventualidade de entrada da gripe aviária alta patogenicidade, que se espalhado rapidamente pela América do Sul

REUNIÃO INFLUENZA AVIÁRIA
REUNIÃO INFLUENZA AVIÁRIA

Para evitar que a gripe aviária de alta patogenicidade (H5N1) chegue às granjas comerciais do Paraná ou, na hipótese de chegar, seja debelada rapidamente, não se pode ter falhas na biosseguridade. O recado foi dado nesta quinta-feira (13) aos participantes do seminário sobre a doença durante a 61.ª Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina – ExpoLondrina.

“Essa é uma responsabilidade compartilhada”, disse Ana Paula Moser, gerente regional da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) em Maringá, no Noroeste. “As empresas e os produtores precisam estar conscientes de que a tela do aviário, por exemplo, precisa estar adequada e íntegra, para não ter problema de uma ave migratória entrar e contaminar um galpão”.

Segundo ela, as orientações de cuidados extremos não se resumem apenas aos criadores de aves de corte. Também aqueles que as têm para postura ou reprodução precisam estar atentos a situações de sintomas respiratórios, digestivos ou nervosos. “É preciso observar principalmente se não há alta mortalidade em pouco tempo, até 72 horas”, destacou Ana Moser.

Nesse caso, o proprietário ou quem observar essa intercorrência deve comunicar imediatamente uma unidade da Adapar. “O tempo é extremamente importante no atendimento de uma suspeita e para a obtenção de melhor resultado”, salientou.

O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, chamou a atenção dos vários produtores que participaram do encontro para cuidarem do negócio. “São os primeiros interessados”, disse. Com a mesma responsabilidade entram as empresas integradoras e toda a sociedade. “Precisamos atuar com a vigilância passiva e ativa. Não esconder nada do que acontece faz parte do jogo comercial”, afirmou.

Segundo ele, o setor de avicultura paranaense já tem importância reconhecida mundialmente, com 4,8 milhões de toneladas de carne de frango produzidas em 2022, o que representa mais de um terço da produção nacional e garantia de 40% da exportação brasileira de aves. Em Valor Bruto de Produção (VBP) representa R$ 33,1 bilhões. “Tendo tamanho, qualidade e sanidade plena nós saímos na frente de outros estados e países”, afirmou.

O presidente da Adapar, Otamir Cesar Martins, destacou a participação do Ministério da Agricultura e da Pecuária na discussão, particularmente em razão da fronteira com Argentina e Paraguai. “Colocamos nossos servidores para ajudar nesse trabalho”, afirmou. Além disso, a entidade tem trabalhado para envolver toda a comunidade na prevenção e não apenas os produtores. “O trabalho tem de ser integrado, que todas as instituições somem suas qualidades”, disse.

DOENÇA – A gripe aviária, ou influenza aviária, é uma doença viral altamente contagiosa que afeta aves domésticas e silvestres, muitas vezes resultando em graves consequências para a saúde animal, para a economia e para o meio ambiente. A influenza aviária de alta patogenicidade é considerada exótica no Brasil, ou seja, nunca foi detectada no território nacional.

Essa doença complexa é causada por vírus divididos em múltiplos subtipos (H5N1, H5N3, H5N8, etc.), cujas características genéticas evoluem com grande rapidez. A influenza aviária de alta patogenicidade é caracterizada principalmente pela mortalidade elevada de aves, que pode ser acompanhada por sinais clínicos, tais como andar cambaleante, torcicolo, dificuldade respiratória e diarreia.

O vírus possui transmissão horizontal de ave para ave, diretamente a partir de secreções do sistema respiratório e digestivo, e indiretamente por equipamentos, roupas, calçados, insetos, aves e animais silvestres, alimentos e água contaminados.

Os principais fatores que contribuem para a introdução e transmissão da influenza aviária são: a exposição de aves comerciais, domésticas ou de subsistência a aves silvestres migratórias, infectadas com o vírus da influenza aviária; o intenso fluxo de pessoas e mercadorias ao redor do mundo, que aumenta o risco de disseminação de doenças; e vendas de aves vivas em mercados ou feiras, por facilitar o contato próximo entre diferentes espécies de aves e outros animais, incluindo o homem.

AMÉRICA DO SUL – O Brasil ainda não teve caso confirmado de gripe aviária. No entanto, vários países da América do Sul já comunicaram oficialmente a existência em seus territórios. Dados de 6 de março deste ano mostram 251 focos. A doença atingiu granjas comerciais no Peru, Equador, Bolívia e Argentina.

H5N1

A Influenza Aviária de Alta Patogenicidade tem se espalhado rapidamente pela América do Sul, carregado principalmente por aves migratórias que saem do hemisfério norte e descem para fugir do inverno.

Luiz Sesti, Serviços Veterinários da Ceva Aves, conta que essas aves, especialmente as aquáticas, são o hospedeiro natural e o reservatório dos vírus da influenza aviária. Dentro de seus tratos respiratórios ou intestinais, eles podem carregar diferentes cepas do vírus da influenza aviária.

A edição 1324 da revista Avicultura Industrial traz um panorama da situação da IA nas Américas, como os países tem reagido a enfermidade e o que Brasil tem feito para se proteger do vírus. Confira.

 

Foto: Rubem Vital/SRP