Redação AI 14/01/2004 – 06h00 – Uma rotina que vem dos velhos tempos da roça. Basta um chamado do produtor para reunir os bandos no terreiro. Atividade que seu Deusdete dos Santos voltou a fazer depois de quase 30 anos.
“Está do jeito que pedi a Deus”, diz seu Deusdete.
É um dos produtores que está criando galinhas caipiras. Uma idéia antiga que está voltando ao campo com uma alternativa de renda para quem tem pequenas áreas.
“Tudo que temos na propriedade e que não utilizamos para a família, que seja sobra de frutas e verduras, utilizamos para o frango”, diz Agnaldo Simile, técnico agrícola.
Na região de Astorga, maior produtora de frango do Paraná, o plantel caipira já chega a 150 mil aves. A diferença para a criação tradicional é que nesses casos os frangos ficam soltos o dia todo.
Mesmo sendo criada à moda antiga, a galinha caipira de hoje é chic. Algumas são de origem francesa e só recebem alimentação balanceada. Além de ração, comem verduras e frutas.
Com essa comida light, e fazendo mais exercícios elas demoram mais tempo para engordar. O tempo de abate do frango caipira é de 90 dias, em média.
É o dobro do tempo de abate do frango de granja. Em compensação, o preço para o produtor é bem melhor.
“Chega dar até três vezes mais por cabeça de frango”, diz Marcos Scaroti, criador.
A cidade tem até um abatedouro exclusivo para galinha caipira são quatro mil quilos de carne por dia que estão sendo distribuídos para todo o país.
“Acreditamos que nos próximos anos vai crescer muito esse mercado. É uma alimentação natural e que existe muita procura desses produtos alternativos nos grandes centros”, comenta Nilton Borges, diretor do abatedouro.