Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Negociação com a Rússia segura preço do suíno

Apesar de ser apenas uma possibilidade por enquanto, a ampliação das cotas de exportação para a Rússia ajudou a evitar uma nova queda no preço do suíno nesta semana em SC.

Redação SI 23/01/2004 – 06h25 – Apesar de ser apenas uma possibilidade por enquanto, a ampliação das cotas de exportação para a Rússia ajudou a evitar uma nova queda no preço do suíno nesta semana em Santa Catarina. Os produtores estavam preparados para uma terceira redução de R$ 0,05 na cotação, mas ela manteve-se em R$ 1,70. Segundo dados da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Carne Suína (Abipecs), das 491,4 mil toneladas de carne suína exportadas pelo Brasil em 2003, 313,9 mil toneladas foram compradas pela Rússia.

A Rússia decidiu ainda em outubro de 2003 definir cotas para as importações de carne suína. A política russa no caso da carne suína procurou beneficiar a União Européia. Das 450 mil toneladas de carne suína que importarão em 2004, 227,3 mil toneladas vão sair de países europeus. O Brasil ficou entre os países que disputarão uma cota de 179,5 mil toneladas. O presidente da Abipecs, Pedro Benur Bohrer, acredita que poderá conquistar 70% da cota, ou 125,6 mil toneladas.

Mesmo com essa perspectiva otimista, haveria uma redução de 188,3 mil toneladas em comparação com o que foi vendido para a Rússia em 2003. É esse déficit que os ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, e da Agricultura, Roberto Rodrigues, demonstraram otimismo em diminuir após a reunião da segunda-feira com representantes do governo russo.

Furlan e Rodrigues asseguraram durante a semana que o governo russo aceitou rever a situação do Brasil dentro política de cotas. Há a certeza entre agroindústrias e produtores que a reunião do dia 2 de fevereiro em Moscou, entre o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Márcio Fortes, e representantes do ministro russo da Agricultura, Alexei Gref, terminará com novos números para as exportações brasileiras de carne suína. Em troca, os russos devem pedir a compra de aviões e tecnologia de ponta. De qualquer forma, a revisão dos russos não deve ser suficiente para recuperar as 188,3 mil toneladas que inicialmente deixariam de ser compradas em 2004.

A expectativa da negociação com os russos serviu para acalmar o mercado local. Outra notícia que ajudou a manter a cotação suíno foi a previsão de redução de 5% na produção de carne suína em 2004, feita pelo Sindicato das Indústria da Carne e Derivados de Santa Catarina (Sindicarne). “É um momento delicado e o setor está muito preocupado”, concluiu Pedro Benur Bohrer numa análise de mercado publicada pela página da Abipecs na Internet.