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Frigorífico Mercosul suspende exportação

Medida anunciada decorre da greve dos fiscais agropecuários do Mapa.

Da Redação 17/03/2004 – 05h12 – A direção do Frigorífico Mercosul, de Bagé, decidiu realizar hoje o último abate para exportação. A decisão foi tomada devido a falta da emissão do certificado internacional, com a greve dos fiscais agropecuários do Mapa, iniciada segunda-feira. A empresa ficará aguardando uma solução para o impasse. O diretor Mauro Pilz acredita numa solução rápida, já que o problema envolve toda a cadeia produtiva da carne. Porém, mesmo que haja um entendimento entre os fiscais e o governo, na reunião prevista para esta quarta-feira, já estão suspensos os embarques de animais para abates destinados ao exterior e não são descartadas férias coletivas.

A redução dos abates no Mercosul é de 60% em relação ao período normal. As câmaras da indústria, informa Pilz, começam a ficar abarrotadas com o produto não exportado. Conforme o delegado da Associação dos Fiscais Agropecuários do Mapa, Elton Lima, somente ontem o Mercosul deixou de embarcar cinco contêineres. No Frigorífico Pampeano, em Hulha Negra, foram oito contêineres de carne enlatada não liberados. No setor de aves, amplia o secretário-executivo do Mapa, José Amauri Dimarzio, a paralisação das atividades está provocando prejuízos diários de 32 milhões de dólares. Na suinocultura, as unidades das indústrias do RS estão diminuindo os embarques, operando no limite da capacidade de estocagem, garantiu o diretor-executivo do Sips, Rogério Kerber. “É prematuro falar em prejuízo. A situação é de extrema dificuldade e que será passada ao meio rural já que não teremos como retirar a matéria-prima”.

Nas fronteiras do sul do país com o RS, aumenta o número de caminhões parados nos postos de fiscalização. Para o tesoureiro da Associação dos Fiscais Agropecuários no RS, José Castilhos, a greve interrompeu o transporte de 499 caminhões em Aceguá, São Borja, Jaguarão, Rio Grande, Santa Cruz, Porto Xavier, Uruguaiana, Bagé, Livramento e Chuí. Produtos como arroz, madeira, banana, tabaco, cebola e batata, estão entre os mais prejudicados.