A previsão de chuvas para áreas produtoras de trigo de inverno nos Estados Unidos pressionou as cotações do cereal na bolsa de Chicago nesta quarta-feira (26/4). Os lotes do cereal para julho, os mais líquidos, fecharam em queda de 0,61%, cotados a US$ 6,53 por bushel. As precipitações devem atingir plantações de trigo de inverno no sul das Grandes Planícies, principal região produtora dos Estados Unidos.
“As previsões indicam chuvas bem distribuídas na região nos próximos dias. O clima favorável neste momento ameniza as preocupações com uma possível queda na produtividade. As condições das lavouras pioraram nesta safra, mas ainda há tempo de recuperar o desempenho, já que as plantas ainda estão em fase de enchimento de grãos”, diz Luiz Pacheco, analista da TF Consultoria Agroeconômica. Ainda segundo ele, o preços deveriam estar ainda mais baixos não fossem as discussões sobre a renovação do acordo entre Rússia e Ucrânia, que autoriza o embarques de grãos da ucranianos pelo Mar Negro.
“A Rússia segue ‘batendo o pé’, alegando que quer o fim das sanções do Ocidente para continuar no acordo, e ainda a expansão de suas exportações. Acredito que eles [os russos] têm pouco poder de barganha neste momento devido à continuidade na guerra com a Ucrânia”, conclui.
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Milho
O preço do milho caiu, pressionado também pelo clima e pelo recuo na demanda. Os contratos com vencimento para julho, que são os mais negociados, fecharam em queda de 1,11%, a US$ 6,01 por bushel. As condições climáticas seguem favoráveis para o avanço da semeadura do milho americano. Pelo lado da demanda, a produção de etanol nos EUA caiu 5,5% na semana encerrada em 21 de abril, para 967 milhões de barris por dia, segundo a Administração de Informações de Energia (EIA, na sigla em inglês).
Esses dados pesam sobre as cotações em Chicago, pois, nos EUA, o milho é a principal matéria-prima do etanol. Soja Nas negociações da soja na bolsa de Chicago, os lotes da oleaginosa para julho, os de maior liquidez, caíram 0,19%, a US$ 14,1475 por bushel. Sem novidades nos fundamentos, o clima continua favorável ao início do plantio nos EUA. A semeadura chegou a 9% da área até o último dia 23. Em igual período do ano passado, o plantio chegava a 3%, segundo informações do Departamento de Agricultura americano (USDA).
