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Abate de suínos cai 7,8% em SC

Preço baixo e custo alto desestimulam produção e comprometem a liderança do Estado.

Redação SI 08/06/2004 – 06h14 – A suinocultura em Santa Catarina continua de boa qualidade, mas está perdendo espaço em quantidade para outras regiões do país. Um estudo do Instituto de Pesquisa e Economia Agrícola de Santa Catarina (Icepa) revelou que, no primeiro quadrimestre de 2004, houve uma queda de 7,83% no volume de suínos abatidos. Foram 2,482 milhões neste ano, contra 2,682 milhões de cabeças no ano passado.

É o menor volume desde 1999, quando 2,332 milhões de suínos foram para os frigoríficos nos quatro meses iniciais. A queda começou no ano passado, que em 12 meses registrou um abate 8,6% menor comparado a 2002.

Jurandi Soares Machado, médico veterinário do Icepa, que realizou o estudo, disse que houve uma redução dos plantéis no Estado em virtude da crise de preços e aumento dos custos de produção.

De acordo com o estudo realizado, parte da produção migrou para o Paraná, que tem maior oferta de milho, enquanto Santa Catarina é deficitária no abastecimento do cereal. Outro motivo, segundo o veterinário, é que no Estado vizinho há menos impostos. Ele afirmou que há uma tendência de Santa Catarina perder o primeiro lugar na produção de suínos, como ocorreu com o frango.

Criador alega que reajuste não chegaria ao consumidor

O vice-presidente da Associação Brasileira de Criadores de Suínos, Clair Dariva, reduziu seu plantel em 50 fêmeas, o que representa 10% da produção.

Ele afirmou que atualmente a atividade dá prejuízo, pois a remuneração gira em torno de R$ 2 (R$ 1,85 mais a tipificação de 8%) o quilo, enquanto o custo de produção é de R$ 2,05.

Dariva disse que a produção no Estado deve cair ainda mais pois Santa Catarina pratica o preço mais baixo do Brasil. Dariva destacou que no Paraná, o quilo do suíno chega a R$ 2,20.

Além disso, apesar das cotas impostas pela Rússia, as exportações atingiram 46,7 mil toneladas em abril, num volume 23% e receita 25% maior que em abril. Dariva afirmou que o preço base do suínos (sem tipificação) deveria estar em R$ 2 para compensar o aumento dos custos. E acredita que este aumento poderia ser concedido sem reajuste ao consumidor, pois os supermercados já aumentaram o produto nos últimos meses.