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Frio aquece vendas de suínos no PR

Vendas cresceram 30% desde que a temperatura começou a cair. Suinocultura vive momento favorável depois de uma crise de dois anos.

Redação SI 08/06/2004 – 08h38 – O quilo do suíno vivo alcançou, nas duas últimas semanas, o maior preço desde 2002. Na região Oeste do Estado, o produto foi comercializado ontem a R$ 2,50 no mercado livre, que reúne produtores independentes. Quinze dias antes, o quilo custava R$ 1,95 na mesma região. Nas integrações, a mercadoria está cotada a R$ 2,08. As informações são de Irineu Wessler, presidente da Associação Paranaense de Suinocultores (APS).

O aquecimento do mercado decorre do aumento no consumo. O clima frio, segundo Wessler, estimula os consumidores a comprarem mais carne suína. Além disso, a crise enfrentada pelo setor nos últimos dois anos levou à redução do plantel paranaense, com consequente diminuição da oferta.

Péricles Salazar, presidente do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados do Paraná (Sindicarne), confirmou o aumento da demanda. Segundo ele, as vendas cresceram 30% desde que a temperatura começou a cair. Outro fator que influenciou a oferta apertada foi o crescimento das exportações brasileiras.

Apreciadora da carne suína, a dona de casa Gislane Mara Peretti Saito, 49, costuma preparar o alimento pelo menos uma vez por semana. No frio, o consumo da família aumenta. “Já fiz várias feijoadas. Além disso, cozinho a carne junto com o feijão”, contou.
A comerciante Maria Cássia Deldotti, 39, também aproveitou o outono para preparar a tradiconal feijoada. “Nessa época do ano, sempre consumimos mais carne de porco”, disse.

O aquecimento do mercado, aliado à queda no preço do milho e da soja, torna o momento extremamente favorável à atividade. Com custo médio de R$ 1,85 por quilo, produtores estão garantindo excelente rentabilidade com a comercialização dos animais.

A preocupação do setor, agora, é que o bom momento estimule produtores a aumentarem o número de matrizes, trazendo de volta o risco de super produção. A recomendação da Associação Brasileira de Suinocultura (ABS) é que os investimentos sejam focados em genética e tecnologia para redução de perdas. “O momento não é de euforia”, disse Wessler.