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Produção de aves com sorgo é viável

Custo em relação à ração convencional é mais baixo, mostra pesquisa da Universidade Federal de Uberlândia.

Redação AI 09/06/2004 – 06h40 – Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) constata que a produção de aves com ração à base de sorgo tem um custo menor para o produtor se comparado à utilização da ração convencional, composta principalmente por milho e farelo de soja. Atualmente, o sorgo é vendido a R$ 15 a saca, 32% mais barato que o milho, comercializado a R$ 22 a saca. O estudo vem sendo conduzido há quatro anos pelo professor Evandro de Abreu Fernandes, da UFU.

“Queremos mostrar que o produtor pode substituir o milho pelo sorgo na alimentação de aves e utilizar o primeiro para a alimentação humana e exportação, o que vai gerar mais lucro para ele.”

O pesquisador disse ainda que o estudo está num nível em que não se precisa mais certificar o uso benéfico do sorgo. “A pesquisa já mostrou que esse tipo de alimento não traz nenhum prejuízo para as aves, pois o desenvolvimento delas é compatível com o proporcionado pelo milho; o diferencial está no custo, que é bem menor”, sustenta Fernandes.

O gerente de pesquisa e desenvolvimento da granja Planalto em Uberlândia, Pedro Crosara Gustin, informou que há mais de dez anos a empresa utiliza o produto e os resultados têm sido bons. “O sorgo é ótimo, é um insumo alternativo e uma grande fonte energética. Na fase final de vida das aves reprodutivas, chegamos a substituir a ração em 100% pelo sorgo”, informou o gerente.

“A economia que resulta da utilização do grão na alimentação das aves é bem significativa. No ano passado, a Planalto chegou a fazer uma economia de mais de R$ 2 milhões”, revela Gustin.

Segundo ele, um produtor que possui cinco mil aves, por exemplo, no período de 45 dias, quando as aves já estão prontas para o abate, ele gastaria R$ 12.017 se as estivesse alimentando com ração à base de milho. Se a ração levasse em conta o sorgo, o produtor desembolsaria R$ 11,362, uma economia de mais de 5%.

No Brasil, toda a ração animal tem como base o milho, que participa com 60% a 75%, e farelo de soja, com 15% a 20% do composto. O sorgo tem sido apresentado como mais um produto disponível no mercado e pode ser utilizado nutricionalmente, tanto na alimentação de animais quanto na alimentação humana, especialmente na forma de fubá. “55% de toda a ração produzida no País é destinada à criação de aves; se substituíssemos o milho pelo sorgo, o produto final seria mais barato”, sugere o professor.

O sorgo é um grão rico em amido, assim como o milho, e suas fortes de energia são quase as mesmas, tendo em sua composição uma média de 9% de proteínas, enquanto o milho possui entre 8% e 8,5%.