Redação SI 19/07/2004 – 06h20 – A receita com as exportações brasileiras de carne suína no primeiro semestre deste ano cresceu 27% em relação a igual período de 2003, alcançando US$ 303,916 milhões. Em volume, no entanto, os embarques recuaram 4,77%, para 223.612 toneladas, de acordo com a Abipecs – Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne Suína.
A queda nos volumes foi decorrência, principalmente, do sistema de cotas de importação para carnes definido pela Rússia para este ano. A decisão de Argentina e Rússia de suspenderam temporariamente as compras de carne suína do Brasil, em junho passado, também afetou os números, segundo o diretor-executivo da Abipecs, Cláudio Martins. O embargo ocorreu depois do surgimento de um foco de aftosa no Pará, no mês passado. Conforme Martins, os embarques que não ocorreram em junho, por causa do embargo, devem acontecer este mês.
Outro efeito do sistema de cotas na Rússia foi o aumento dos preços médios na exportação, segundo a Abipecs. No primeiro semestre, a tonelada ficou em US$ 1.359, um aumento de 33,5% sobre igual intervalo de 2003. “O sistema de cotas faz com o consumidor russo pague um preço maior pela carne suína”, afirmou Martins. Além das cotas, o aumento das vendas de cortes de suínos, mais valorizados que as carcaças, também contribuiu para o aumento do preço médio.
No primeiro semestre, a Rússia continuou sendo o principal mercado para a carne suína brasileira, mas houve queda de 5,8% nos volumes, para 135.269 toneladas. As vendas para a Argentina também caíram no período – 21% – , para 15 mil toneladas. Nesse caso, o recuo se deveu ao embargo por causa da aftosa.
A Abipecs destaca, ainda, mercados em que as vendas brasileiras avançaram, como a África do Sul, com embarques de 8.137 toneladas (alta de 122%), e Uruguai, com 5.047 (19%). Também o Japão começou a comprar carne suína cozida do Brasil. O produto in natura não pode ser embarcado porque o Japão não aceita o critério de regionalização para a febre aftosa.