Redação SI 20/08/2004 – A Carroll””s Foods do Brasil, sociedade entre a americana Smithfield e o grupo brasileiro MPE, tem ambicioso plano de expansão da suinocultura nos próximos quatro anos, com investimentos em granjas, fábricas de ração e frigoríficos. Até 2008 a empresa irá investir US$ 120 milhões para multiplicar por mais de quatro vezes o número de matrizes suínas em produção, que saltará de 12,8 mil para 54,4 mil.
O investimento inclui a construção de fábrica de ração em Diamantino (MT), onde a empresa já opera duas granjas de suínos, fornecendo 1,3 mil animais por dia para abate. Esse número crescerá quase 285% em quatro anos, alcançando 5 mil suínos por dia.
A fábrica de ração será inaugurada sábado com investimentos de R$ 12 milhões, sendo um terço financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Com capacidade de processar 50 toneladas de ração por hora, a unidade substituirá o fornecimento de ração que era feito por fábrica arrendada em Sorriso (MT). “A nova fábrica, com alto grau de automatização, permitirá melhorar a produtividade, atendendo o consumo de ração das granjas em operação e da primeira fase da expansão, que entrará em funcionamento em junho de 2005”, diz Renato Ribeiro Abreu, diretor-presidente do grupo MPE.
A parceria entre MPE e Carroll””s, com sede na Carolina do Norte, nos EUA, surgiu em 1999. Em maio do mesmo ano, a Carroll””s Foods foi adquirida pela americana Smithfield Foods. A compra da Carroll””s transformou a Smithfield na maior produtora integrada de suínos do mundo, com o abate de 20 milhões de animais/ano. Além dos EUA, a empresa tem subsidiárias na França, Polônia e Reino Unido e opera, por meio de joint ventures, no Brasil, México e China.
Abreu informou que até meados do ano que vem a Carroll””s Foods do Brasil terá implantado o projeto de Diamantino 2, que prevê a construção de granja com 11 mil matrizes suínas (cada matriz tem custo de implantação de US$ 1,8 mil e produz, em média, 25 suínos por ano). Até 2008 a empresa irá implantar outras três granjas de porte semelhante. Assim, em quatro anos, a Carroll””s terá 54,4 mil matrizes suínas em cinco granjas na região de Diamantino.
Quando a expansão estiver concluída, a fábrica de ração terá de ser ampliada pois o consumo do alimento irá quadruplicar. Hoje a granja de Diamantino 1, composta por 11 mil matrizes, consome 9 mil toneladas de ração por mês (são 1,2 milhão de sacas de milho e 450 mil sacas de soja por ano). A Carroll””s opera ainda unidade-piloto em Petrovina (MT), com mais de 1,5 mil matrizes suínas.
A estratégia de crescimento da Carroll””s do Brasil prevê ainda a verticalização da atividade. “Estamos analisando parcerias com frigoríficos”, informa Abreu. A Carroll””s já mantém acordo com o frigorífico Intercoop, de Nova Mutum (MT). Pelo acordo, a Carroll””s entrega 700 suínos/dia para o Intercoop. Deste total, o frigorífico compra 350 e presta serviço para a Carroll””s na outra metade, aumentando a margem da empresa.
Os restantes 600 animais (de um total 1,3 mil abatidos por dia) são comercializados com outros frigoríficos. Abreu afirma que a Carroll””s pretende construir frigorífico no município de Quissamã (RJ) em parceria com a prefeitura. O aporte previsto é de R$ 12 milhões, dividido meio a meio pelos sócios. O plano é iniciar a operação com 300 animais/dia, produzir embutidos e cortes especiais a serem vendidos com a marca Carroll””s.