O zootecnista da Embrapa Suínos e Aves, Osmar Dalla Costa, um dos organizadores do seminário, destaca o jejum de 12 a 18 horas antes do abate como um dos procedimentos básicos para o manejo eficiente. “Animais de estômago cheio podem ter o intestino rompido na hora do abate e contaminar a carcaça”, alerta.
Halotano – Segundo o agrônomo Jerônimo Favero, da Embrapa, é possível encontrar em todas as raças de suínos o halotano, um gene que aumenta a probabilidade de estresse do animal com os percalços do caminho até o abate. “Alguns não resistem e ocorre a morte súbita.” Dos 38 milhões de suínos existentes no Brasil, a linhagem que tem menor ocorrência desse fator em sua carga genética é a duroc – considerada a mais apropriada para a suinocultura. O halotano aparece com mais freqüência nas linhagens landrace belga e landrace pietrain.
Os rebanhos dessas raças são pequenos no País, mas despertaram a preocupação das empresas de melhoramento genético, interessadas em desenvolver animais livres desse gene. Os criadores esperam trabalhar com suínos que não tenham o halotano, como já ocorre com os da linhagem pietrain.
O estresse que leva à morte súbita de suínos, elevando o número normal de perdas pré-abate – aceitáveis até 1% -, diminui a qualidade da carcaça dos animais que chegam a ser abatidos: apresentam carnes pálidas, flácidas e exodativas (aguadas) ou, ao contrário, secas, duras e escuras.
Cuidados – Alguns cuidados do criador na hora do transporte facilitam a busca de bons resultados. O pesquisador italiano Luigi Faucitano, participante do seminário na Unesp, recomenda que sejam transportados, no máximo, 15 animais por viagem e que haja boa ventilação no compartimento. O desembarque rápido no abatedouro também ajuda a evitar os males do estresse. Há vários recursos para melhorar o aproveitamento dos suínos no País. Um exemplo é a parceria firmada há dois anos entre a Embrapa, a Sadia e a empresa Triel-HT, de carroceria de caminhões, para garantir qualidade total da carne, da criação à venda.