Redação SI 24/02/2003 – Suínos mortos e restos de parição ocupam lugar de destaque na continuidade de processos infecciosos devido à exposição de animais suscetíveis à contaminação. Para evitar a difusão de agentes patogênicos, a compostagem tem demonstrado rapidez e segurança no tratamento desses resíduos, constituindo-se num dos principais programas de biossegurança de uma granja de suínos.
Trata-se de um processo aeróbio, desenvolvido por colônias de microorganismos, principalmente bactérias, que atuam na degradação da matéria orgânica. Rigidamente controlado, reduz o impacto ambiental, diminuindo a poluição do ar e evita a contaminação das águas, explica a pesquisadora da Embrapa Suínos e Aves, Doralice Pedroso-de-Paiva.
A compostagem evita a formação de odores, destrói agentes patogênicos e fornece como produto final um composto orgânico que pode ser usado como fertilizante no solo, além de apresentar custo competitivo com qualquer outro sistema de destinação de carcaças.
Estrutura – Para a compostagem é preciso construir uma estrutura de alvenaria relativamente simples (célula de compostagem), dimensionada conforme os índices de mortalidade e geração de tecidos mortos (placentas). O ambiente deve ter piso impermeabilizado para evitar infiltração; telhado, para impedir que a água da chuva interfira no processo de fermentação e porta, de modo a evitar a entrada de animais. As carcaças e tecidos mortos vão sendo depositados no compartimento que deve ter inicialmente uma camada de 30 centímetros de maravalha. Cobre-se também com a maravalha cada carcaça à medida em que vão sendo dispostas.
As carcaças novas são colocadas na parte superior da pilha e seu peso comprime as camadas inferiores em processamento ou já processadas. As partes já compostadas são retiradas após período de aproximadamente 120 dias.
No segundo estágio (maturação), a compostagem deve ser realizada fora das células de compostagem, diretamente no campo, onde o produto vai ser aplicado como condicionador do solo e adubo orgânico. Nessa fase, toda a massa muscular já terá desaparecido e não haverá mais cheiro, restando apenas os ossos – que devem ser novamente recolocados na compostagem – e parte da maravalha não-decomposta. O material deve permanecer empilhado e sem movimentação por mais 90 dias. O composto não deve ser utilizado em cultivos in-natura, como hortas. Pode ser usado em lavouras de grãos ou, preferencialmente, em reflorestamento.