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Doença pára a "capital do ovo"

Presença da laringotraqueíte na região foi diagnosticada pela Coordenadoria de Defesa Agropecuária e confirmada por exames laboratoriais realizados em Campinas.

Redação AI 08/10/2003 – 05h20 – A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo determinou a interdição de todas as granjas voltadas à avicultura na região de Bastos e Tupã, noroeste do Estado, em razão do surgimento da laringotraqueíte infecciosa, doença que afeta as galinhas. Apenas em Bastos, conhecida como “capital do ovo”, a interdição atinge 117 granjas. Em Tupã são 13; outras 10 em Parapuã; 10 em Iacri; 9 em Osvaldo Cruz e 8 em Herculândia, totalizando 167 unidades.

A interdição atinge a maior região produtora de ovos do Estado – com 17 milhões de aves alojadas -, mas não deve trazer grande impacto ao mercado.

Segundo a Associação Paulista de Avicultura (APA), os ovos produzidos poderão ser vendidos normalmente. A doença causa uma infecção do sistema respiratório das aves, que pode resultar em perdas produtivas por causa da mortalidade e da diminuição da produção de ovos. “Achamos que é melhor fazer tudo o que for preciso para erradicar de uma vez essa doença”, disse o diretor-executivo da APA, José Carlos Teixeira.

A presença da laringotraqueíte na região foi diagnosticada pela Coordenadoria de Defesa Agropecuária e confirmada por exames laboratoriais realizados em Campinas. Além da interdição, estão previstas a vacinação das aves e a criação de um bolsão geográfico. O programa de biosseguridade atingirá as granjas de aves de cria, onde se encontram aves na faixa etária de um dia a seis semanas; as de recria, com aves na faixa etária de 7 a 17 semanas; e as granjas de produção, com aves de 18 a 90 semanas.

A muda forçada, procedimento no qual se pratica a restrição de alimentos em aves adultas para obter aumento na produção de ovos, será proibida. As aves irão para o descarte em 90 semanas – com o emprego da muda produzem até 130 semanas -, com abate obrigatório em um abatedouro de Rancharia. A interdição será suspensa apenas quando cessarem os casos da doença.

Durante a período de interdição, os veículos transportadores de aves e insumos avícolas deverão ser lavados e desinfetados. O estrume produzido no bolsão – cerca de mil toneladas por dia – só poderá sair depois de submetido a um processo de descontaminação na própria granja. Os excrementos deverão ser amontoados, umidificados e cobertos com lona plástica, por um período mínimo de sete dias. Também estará proibida a saída e o ingresso de aves no bolsão, com exceção das de cria e recria para reposição dos plantéis, que dependerá de prévia autorização da Coordenadoria de Defesa Agropecuária.

O Sindicato Rural de Bastos está convocando os granjeiros para a assinatura de um termo de responsabilidade. Segundo o diretor-administrativo Yasuhiko Yamanaka, os aviários infectados registraram mortalidade de até 15% e os avicultores se mostram dispostos a colaborar para a erradicação da doença.