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Aujeszky: Uma nova crise

Só no Estado do Rio Grande do Sul já foram registrados mais de 20 mil casos da doença.

Redação SI 21/10/2003 – 02h15 – O mal de aujeszky já levou ao sacrifício mais de 20 mil suínos este ano no Rio Grande do Sul. Estado e criadores lutam para evitar que a doença se alastre.

A suinocultura foi herança do pai de Ipenor Grando. A família trabalha na área há quase 90 anos. Por isso, o sacrifício dos 1.300 suínos por causa da doença de ausjeszky foi um choque.

“Se analisarmos não temos nem vontade de chegar perto das instalações. Trabalhar a vida com esses animais e de uma hora para outra perder tudo é uma decepção total”, diz Ipenor.

Provocada por um vírus do tipo herpes, a doença afeta o sistema nervoso e reprodutivo do animal. Leva os leitões da maternidade à morte e as fêmeas ao aborto.

Os suínos afetados ficam tremendo e não conseguem parar em pé. No ano passado houve uma epidemia da doença em Santa Catarina. Mais de 84 mil animais forma abatidos.

Em fevereiro deste ano a doença surgiu no Rio Grande do Sul. Os primeiros casos foram detectados no município de Pinheirinho do Vale que faz divisa com Santa Catarina.

Foram sacrificados 8.500 animais. Nos últimos dois meses surgiram novos focos em Aratiba, Erechim, Ponte Preta e São Valentim.

Outros 12 mil animais tiveram que ser sacrificados. O Departamento de Produção Animal da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento está desinfetando as propriedades em torno das granjas onde os focos apareceram.

Para isso, os criadores estão recebendo visitas dos técnicos com orientações. São feitas três desinfecções usando produtos como iodo e amônia que matam os vírus.

As granjas que tiveram as doenças precisam ficar sem animais por um período de 30 dias. É o chamado vazio sanitário.

“A desinfecção é um procedimento que visa dar garantia para o momento em que o produtor introduzir animais na propriedade ele não terá mais a existência do vírus nas instalações. É um procedimento comprovado cientificamente capaz de eliminar a presença do vírus da aujeszky”, diz Ivan Wetzel, responsável pela desinfecção.

Alceu Pavan cria suínos em Aratiba, um dos municípios afetados. Viu os vizinhos perderem animais por causa da doença de aujeszky.

Agora, o criador está seguindo a risca as orientações do Departamento de Produção Animal. Além de desinfetar o chiqueiro o produtor evita a entrada de estranhos e desinfeta os caminhões que chegam na propriedade com água e iodo.

“Agora que passamos de um período de crise e pensamos que tudo estava melhorando também financeiramente, aparece essa doença. É uma grande preocupação para todos os criadores da região”, diz Alceu.

O vírus da aujeszky é inofensivo para os seres humanos. Seu maior prejuízo é econômico. A doença impede que os municípios se enquadrem na condição de sanidade animal exigida pelo mercado internacional.

Até agora apenas os criadores do município de Pinheirinho do Vale, o primeiro a registrar a doença, receberam indenização. Os outros criadores ainda esperam o dinheiro do Fesa – Fundo Estadual de Sanidade Animal.