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Exportações prejudicadas

Cota russa vai criar nova realidade em SC.

Redação SI 15/12/2003 – 06h40 – A suinocultura catarinense deverá sentir, a partir de janeiro do próximo ano, os reflexos da criação de cotas para exportação da carne suína para a Rússia. A estimativa é que o Brasil deixe de enviar cerca de 150 mil toneladas para aquele país, um dos principais consumidores de carne de porco do mundo. Para tentar minimizar o impacto que a medida vai provocar, a Perdigão projeta redirecionamento de parte da carne que deixará de ser exportada e prevê dificuldades para os suinocultores. “A Rússia representa 45% do montante que exportamos. Não é muito, mas certamente haverá reflexo desta estagnação para os produtores”, explica o diretor de exportação, Antônio Augusto de Toni.

Segundo ele, a empresa já vinha se preparando para esta nova realidade e o trabalho agora está sendo voltado para a orientação dos suinocultores. “Estamos trabalhando para frear a produção e fazer com que eles se adequem a uma realidade de exportação bem menor que aquela que vinha sendo praticada até então”. De Toni acredita que a partir de janeiro os suinocultores já tenham condições de se adequar a esta nova realidade.

Neste ano, o Brasil exportou cerca de 320 mil toneladas para a Rússia. No ano que vem, o número da cota é de pouco mais de 169 mil. “Quem depende mais da exportação vai sentir mais essa retração. Nós vamos buscar outros mercados e aproveitar a carne suína beneficiada, que agrega maior valor e pode ser direcionada para o mercado interno”, explica. De qualquer forma, ele acredita ser difícil utilizar toda a carne que estará disponível.

Um aumento no consumo de carne suína no mercado interno poderia absorver parte da produção que será excedente, a partir do ano que vem. A aposta que a Perdigão está fazendo, em produtos mais elaborados e que agregam valores, deverá ser seguido por outras empresas. A intenção é aproveitar a carne que estará sobrando, ao mesmo tempo em que continuará fazendo da atividade, uma fonte de rentabilidade para os produtores. “Um depende do outro e por mais adequações que sejam feitas, sempre precisaremos da carne suína.”