Redação SI 09/04/2002 – A XII Sacavet trouxe profissionais, mestrandos e doutorandos de diversas áreas para debater os principais temas que hoje envolvem a medicina veterinária e a zootecnia. O evento é organizado anualmente pelos alunos do último ano da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ/USP), em conjunto com o Centro Acadêmico Moacir Rossi Nilsson e com orientação do corpo docente da FMVZ. A Sacavet ocorreu de 23 a 29 de março e teve duas sedes: o campus de São Paulo e o de Pirassununga.
As palestras sobre suinocultura ocorrem no interior paulista. Foram abordados temas como alimentação líquida para suínos e o uso da ultra-sonografia na reprodução, além de doenças, mercado de trabalho e perspectivas para o setor. “Procuramos colocar temas que não são muito usais durante o curso de graduação”, comenta Fernando Chucid, estudante e coordenador do curso de suinocultura.
Embora tenha como foco principal o aluno, o professor Aníbal Santanna Moretti, orientador do curso, explica que outros profissionais também são convidados a participar. “A divulgação e o convite são direcionados a todo e qualquer profissional, seja ele funcionário de granja ou de empresas”.
Organizar um evento como este não é uma coisa fácil. Chucid vinha pensando nele desde o ano passado. “Desde a edição anterior da Sacavet eu já comecei a pensar no quê iria fazer no próximo ano”, afirma o estudante. Para o professor Moretti, experiência como essas ajudam na formação do aluno. “É uma experiência nova para eles e acho importante também que o aluno organize eventos”, afirma. “Principalmente para saber como é fácil”, diz sorrindo o professor.
Temática – Um dos temas abordados foram as doenças respiratórias em suínos, palestra feita pela mestranda Fabiana Moreira. Ela está cursando a pós-graduação na Escola de Veterinária da Universidade Federal de Goiás (UFG), em Goiânia. Ela destacou a preocupação com os fatores de risco que ocasionam as doenças, como superlotação, grandes variações de temperatura, ventilação e higiene. “Sem esses fatores de risco o animal tem o agente, mas não chega a desenvolver a doença”, comenta Fabiana.
De acordo com ela, na região Sul, até pela tradição na suinocultura, essa já é uma preocupação antiga, com a adoção de várias medidas para o controle dos fatores de riscos. No Centro-Oeste, com uma suinocultura mais recente, já se iniciou a produção suinícola com uma certa atenção a esta questão. “São granjas de alta produção e se eles não se preocuparem com isso vão ter graves problemas”, alerta.
O programa do curso de suinocultura também procurou mostrar aos participantes a realidade do mercado suinícola brasileiro. Com a palestra “Dificuldades e perspectivas de desenvolvimento do setor suinícola”, o presidente da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), Valdomiro Ferreira Júnior, abordou as questões cruciais para o crescimento da atividade. O evento se encerrou no dia 27 de março em Pirassununga. No campus da USP em São Paulo ele terminou no dia 29 de março.