Redação SI 10/04/02 – Os tratamentos homeopáticos acabam de ganhar um novo cliente de peso: a indústria de proteína animal. Atraídos pelas promessas de custos até 70% menores e produtos de melhor qualidade valorizados internacionalmente, os pecuaristas brasileiros estão apostando nesse método natural de cura para acabar com as doenças dos seus rebanhos.São criadores de aves, suínos e bovinos que procuram o tratamento para seus animais com o objetivo de produzir uma carne mais saudável, sem resíduos químicos e ainda assim, diminuir os custos da produção. “Os produtos homeopáticos são mais baratos que os remédios convencionais, além de proporcionar qualidade de vida”, afirma o presidente da Associação Veterinário-Médico Homeopático Brasileira, Luiz Miguel Mangine.Segundo o gerente geral da Granja Querência, Paulo César Michelone, o gasto da empresa com medicamentos caiu desde que começou a tratar seus suínos com homeopatia há cerca de um ano. “Nossos gastos com antibióticos diminuíram de 70% a 80%”, informa.Segundo Michelone, a Granja Querência fechou 2001 com uma queda de 4% no gasto com medicamentos e quer fechar este ano, com uma redução de 70%.Atualmente, a empresa produz 150 toneladas mensais de carne de suíno tratado com homeopatia, e vende tudo para o mercado paulista. O produto ainda não é considerado diferenciado devido à pequena quantidade do mesmo no mercado. “Queremos apresentar nosso suíno na Feira da Indústria Latino Americana de Aves e Suínos (Avesui 2002) para ver como será a aceitação, para só depois trabalharmos a diferenciação”, diz Michelone.Segundo ele, a Querência quer criar uma marca própria que comprove a qualidade da carne e o fato de ela não ter resíduos químicos. Essa carne poderá custar até 45% a mais que a do suíno comum. “Hoje a arroba do suíno comum está em R$ 24. A do suíno homeopático estaria em torno de R$ 33,60”, informa.Michelone afirma que a carne livre de resíduos químicos é a mais procurada pelos países importadores e que a homeopatia é uma forma de o Brasil exportar mais carne suína. “Os promotores de crescimento são proibidos por lei na Europa”, diz.A Granja Querência ainda não exporta, mas já foi procurada por importadores espanhóis para vender seu produto para aquele país. “Só poderemos exportar quando tivermos 10 mil matrizes com uma produção de 1.500 toneladas de carne por mês”, afirma Michelone.Além do menor custo com produção, o uso da homeopatia aumenta o ganho de peso dos animais. “O ganho de peso diário passa de 601 gramas de um suíno tratado com alopatia para 638 gramas nos suínos homeopáticos”, informa o gerente.
Homeopatia reduz custos no campo e atrai cada vez mais criadores
A granja Querência, pioneira na utilização da homeopatia na criação de suínos, aproveitará a Avesui para apresentar seus animais ao mercado.
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