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Paraná pesquisa doença que afeta aves

A New Castle é uma doença contagiosa que apresenta alto índice de mortalidade.

Redação AI 20/09/2002 – A primeira etapa do trabalho vai durar sete semanas, que corresponde a um ciclo de vida da ave, desde o alojamento para engorda até o abate, e avaliará somente frangos de corte. No Paraná, estarão envolvidos 32 veterinários do Ministério e também da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento. Eles vão coletar amostras de sangue e secreções de 2.865 frangos distribuídos em 191 lotes de 24 abatedouros.

Cada lote reúne um número variável de aves da mesma faixa etária. O sangue será usado para fazer a sorologia – a pesquisa da presença de anticorpos que só existem no sangue do animal que entrou em contato com o paramixovirus aviário sorotipo 1 (AMPV-1), o vírus da New Castle. Se o teste acusar a presença do vírus, que pode acontecer se a ave foi vacinada contra a doença, é feita a análise final.

Nessa etapa, as secreções que foram colhidas da traquéia e da cloaca de cada frango são processadas. Ovos embrionados são inoculados com as secreções para que os vírus se desenvolvam. Em seguida, esses mesmos vírus são inoculados em pintinhos de um dia. O objetivo desse procedimento é determinar o índice de patogenicidade intracerebral do agente infeccioso, que somente é considerado patogênico se o resultado é maior que 0,7.

A veterinária da Secretaria da Agricultura responsável pelo Programa de Sanidade Avícola, Juliana Bianchini, observa que 5% das amostras serão processadas até o final, mesmo que em nenhuma delas tenha sido detectada a presença dos anticorpos. “Será uma segurança adicional quanto ao resultado da amostragem, já que criadores, autoridades sanitárias, consumidores e compradores externos terão certeza sobre a qualidade da nossa produção”, diz.

O material coletado será triado no laboratório Marcos Enrietti, da Secretaria da Agricultura, e enviado ao Laboratório Regional de Apoio Animal (Lara), em Campinas (SP), onde serão testadas as amostras de todos os Estados envolvidos na pesquisa. Também participam do estudo Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minais Gerais, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

A New Castle é uma doença contagiosa que apresenta alto índice de mortalidade. O animal infectado apresenta problemas respiratórios, digestivos e nervosos, que se traduzem em secreção nasal, crista roxa e torção do pescoço. Quando isso acontece, todos os animais do lote têm que ser sacrificados. Por causa dos riscos de disseminação e da disputa de mercados, a doença também é uma barreira sanitária ao comércio internacional.

Diferentemente de outros Estados, que registraram a doença no ano passado, o Paraná não notifica ocorrências desde 1991. Na ocasião, foram detectados dois focos em Pitangueiras (Região Norte) e, em decorrência disso, 43,3 mil frangos foram submetidos ao abate sanitário. Por causa desse lapso de tempo sem o problema, que decorre do cuidado com que os criadores desenvolvem a atividade, o Estado é considerado informalmente como área livre da doença.

O Paraná é o primeiro produtor brasileiro de frango de corte. Em 2001, o Estado abateu aproximadamente 672 milhões de cabeças (19,48% dos abates feitos no Brasil). No período, a atividade gerou uma renda bruta de R$ 1,22 bilhão, que corresponde a 22% do Valor Bruto da Produção (VBP) do grupo agropecuária e 8,3% do índice geral do Estado.