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Frangos morrem por falta de ração no RS

Na última semana, o problema atingiu 30 mil animais em municípios do Alto Jacuí.

Redação AI 26/09/2002 – A falta de ração em aviários do Alto Jacuí causou a morte de pelo menos 30 mil frangos na última semana. A mesma situação já havia ocorrido em junho e agosto no Vale do Taquari.

Desta vez, os criadores que trabalham para a Companhia Minuano de Alimentos na região de Selbach e Tapera sofrem com o atraso na entrega do produto. A empresa diz estar enfrentando dificuldades operacionais e se compromete a arcar com todos os prejuízos.

No município de Tapera, onde existem 11 propriedades de integrados da Minuano, os produtores que não tinham condições de comprar milho por conta própria tiveram de assistir aos animais bicando-se uns aos outros. A Secretaria de Agricultura do município constatou problemas graves em quatro aviários.

Na propriedade de Emílio Oppelt morreram 6 mil das 18 mil aves que estavam alojadas e ficaram até cinco dias sem comida.

– Disseram que vão enviar menos pintos por lote e em intervalos maiores. Entendemos as dificuldades, mas ficamos preocupados – diz o avicultor.

Após 24 horas sem comer, os frangos começam a investir, em grupo, contra os animais mais fracos, explica Pedro Altmayer, avicultor em Arroio Grande, no município de Selbach.

Depois de dois dias sem ração, Altmayer comprou 13 mil quilos de milho para suprir a carência, pagando R$ 4,7 mil. Mesmo assim, perdeu 4 mil frangos.

Na propriedade de João Ivaldir e Idilar Paulata, em Tapera, a criação de 34 mil aves só está sendo mantida com estoque próprio de milho. A falta de ração começou na terça-feira da semana passada. João Paulata diz que nos últimos 28 dias as aves deveriam ter consumido 30 toneladas, mas só receberam a metade e estão 41% abaixo do peso.

– É um crime deixar morrer os bichinhos. Eu poderia ter perdido 5 mil ou 6 mil aves – explica Paulata, apreensivo por estar com atraso no pagamento de seis lotes de animais, o que equivale a cerca de R$ 10 mil.

A Minuano ainda não calculou os prejuízos e diz não poder fornecer dados exatos sobre o desabastecimento. A empresa consome 10 mil toneladas de milho por mês para garantir o abate diário de 130 mil frangos. Desse total, 50 mil são abatidos na unidade de Passo Fundo e 70 mil em Lajeado.

CONTRAPONTO

O que diz o diretor da Companhia Minuano de Alimentos, Vicente Sperb:

Tivemos dificuldades para conseguir milho devido a um problema geral de abastecimento do grão no país. Também houve atraso na entrega do produto que viria de outros Estados. Em 50 anos de atividade, este está sendo o mais difícil, pela escassez da safra e os altos preços do grão. Já tomamos as providências necessárias e nenhum produtor vai ter perdas. Assumimos toda a responsabilidade.