Redação SI 07/06/2001 17:05 – Mato Grosso do Sul precisa aumentar em pelo menos 66% o número de matrizes de suínos para conseguir abastecer o mercado local e exportar. Para incrementar o setor, a Federação de Agricultura do Estado (Famasul) pretende apresentar ao governo estadual um pedido de congelamento da cobrança de imposto sobre a produção das atuais 30 mil matrizes por três anos. Conforme o projeto Leitão Vida, os produtores pagam Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)
por até 12 filhotes de cada matriz ao ano, o que gera a taxação anual em aproximadamente 360 mil animais.
Para alcançar as 50 mil matrizes necessárias, os produtores pedem que não seja cobrado imposto sobre a produção das 20 mil novas matrizes durante os próximos três anos. “Queremos solicitar ao governo que mantenha a cobrança do imposto apenas sobre os cerca de 360 mil animais. O nosso número de abate hoje é de 600
mil suínos por ano, mas deverá aumentar com a expansão dos frigoríficos Seara a Aurora”, disse o assessor econômico da Famasul, Cláudio Mendonça. “Sem quantidade suficiente para abastecer o mercado interno, os frigoríficos estão buscando animais em outros estados, enquanto vendemos o que temos por preços melhores também em outras praças. Com mais matrizes poderíamos tomar conta dos dois mercados”, explicou.
Os frigoríficos locais importam principalmente do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso. “Uma empresa fixada em Mato Grosso do Sul fechou contrato de compra recentemente com um suinocultor do Paraná para adquirir toda a sua produção pelo período de cinco anos. Se tivéssemos mais animais estaríamos vendendo com certeza. Além disso o consumo de milho no estado aumentaria consideravelmente, porque cada suíno consome, em média, três a quatro sacos de ração por ano”, expõe o assessor. Outro benefício apontado por Mendonça é a geração de empregos. “A cada 40 matrizes geramos um emprego direto e 10 indiretos”.
Segundo o gerente geral do Frigorífico Aurora, Mauro Antônio Grasel, 850 an imais estão sendo abatidos por dia na unidade. “Parte compramos aqui em São Gabriel D”Oeste, onde está localizado o frigorífico e o restante importamos de Rondonópolis, em Mato Grosso. A produção aqui no estado não está sendo suficiente para atender a de manda”, diz.
Com a certificação de área livre de aftosa e uma maior produção, o estado poderia aumentar ainda mais suas exportações que foram de US$ 2,2 milhões em carne de suíno congelada e US$ 185 mil em miudezas neste primeiro quadrimestre do ano. A questão da cobrança de imposto será debatida na próxima reunião da Coordenadoria de Suinocultura da Secretaria Estadual de Produção, ainda sem data marcada.